O ministro das Finanças está esta noite reunido com o primeiro-ministro em São Bento, avança a RTP.
A reunião acontece na sequência da polémica em torno das injeções financeiras no Novo Banco.
António Costa, recorde-se, garantira que o Novo Banco não recebia mais dinheiro do Estado até resultados de auditoria, mas recebeu. O primeiro-ministro explicou entretanto não ter sido informado pelo Ministério das Finanças do pagamento de 850 milhões de euros – que, afinal, aconteceu – e pediu desculpa. “Não tinha sido informado que, na véspera, o Ministério das Finanças tinha procedido a esse pagamento”, confessou António Costa, justificando assim o facto de ter garantido a Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, que nenhum pagamento tinha sido feito.
Já esta esta terça-feira, Mário Centeno disse que houve uma "falha de comunicação" com António Costa sobre a transferência para o Fundo de Resolução do Novo Banco. No entanto, o ministro das Finanças assegurou que Costa sabia que o valor estava previsto no Orçamento de Estado (OE).
A verdade é que a injeção gerou polémica da esquerda à direita, e, já hoje, Rui Rio disse mesmo que Mário Centeno "não tem condições para continuar no Governo".
Antes, Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, já tinha mostrado a admiração com toda a situação: “Em todo o caso, julgo que o mais relevante e mais chocante para o Bloco de Esquerda é o facto de ter sido feita a injeção sem conhecermos os resultados da auditoria”.
Também o PAN se mostrou revoltado com a injeção no Novo Banco, que considerou “irresponsável”, prevendo que “poderá comprometer ainda mais os resultados orçamentais e a responsabilidade financeira do nosso país neste ano”.
“Desde o início da crise sanitária que o PAN tem defendido que estes 850 milhões de euros não deveriam ser injetados pelo Governo no Fundo de Resolução, tendo em conta que neste momento seriam mais necessários para fazer face às graves consequências sociais e economias desta crise”, destacou André Silva, porta-voz do partido.
Do lado do Chega, as críticas ao Executivo também não tardaram a chegar. Em comunicado, o partido exige “a devolução desse dinheiro ao Estado enquanto não esteja concluída a auditoria ao Novo Banco, tal como tinha sido garantido pelo primeiro-ministro”.
E vai mais longe ao questionar mesmo quem manda no Governo: “O Chega manifesta a sua mais firme estupefação pela injeção de 850 milhões de euros, aparentemente desconhecida do primeiro-ministro. É caso para perguntar: quem manda no Governo, António Costa ou Mário Centeno?”