O Produto Interno Bruto (PIB) registou uma diminuição de 2,4% em volume no primeiro trimestre deste ano, relativamente a igual período do ano passado, depois de ter aumentado 2,2% no trimestre anterior. As contas foram divulgadas esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e já incluem o impacto do início do confinamento, que começou em março.
Segundo o gabinete estatístico, o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi negativo neste primeiro trimestre em 1,4 pontos percentuais, depois de ter sido positivo no trimestre anterior, “traduzindo a diminuição mais intensa das exportações de bens e serviços que a observada nas importações de bens e serviços”.
Também a procura interna registou um contributo negativo (-1,0 pontos percentuais), algo que acontece pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2013, altura da Troika, “associada à diminuição do consumo privado e do investimento”.
As contas do INE explicam ainda que, comparativamente ao quarto semestre do ano passado, o PIB registou uma diminuição de 3,9% em termos reais com uma variação em cadeia de +0,7% no trimestre anterior. “Este resultado é explicado por contributos negativos da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB e da procura interna, que foi mais negativo que no trimestre anterior”.
Estes valores já reflectem os efeitos da pandemia covid-19 na atividade económica, devido às medidas de contenção. No entanto, o INE revela que “ainda antes desta medida existiam já perturbações no funcionamento normal de algumas atividades e na procura dirigida aos seus produtos, nomeadamente na restauração e hotelaria, afetando a atividade económica desde praticamente o início do mês”.