Centeno mais longe do banco de portugal

Para os economistas ouvidos pelo SOL, o ministro das Finanças ‘fez o que tinha de fazer’ para honrar os compromissos assumidos, mas admitem que deixou de ter condições para sucededer a Carlos Costa.

Mário Centeno afastou praticamente em definitivo as hipóteses de suceder a Carlos Costa no cargo de governador do Banco de Portugal (BdP). Pelo menos, esta é a opinião dos economistas ouvidos pelo SOL. Ainda assim, é unânime o elogio da atitude do ministro das Finanças ao cumprir o que estava previsto – injetar dinheiro no Novo Banco – não só no contrato de venda da instituição financeira à Lone Star mas também no Orçamento de Estado de 2020, que foi aprovado na Assembleia da República e promulgado pelo Presidente da República (ver texto ao lado).

Para João Duque, não há margem para dúvidas: «Centeno fez aquilo que qualquer pessoa honesta faz. Paga e não põe em causa a reputação da instituição que representa que é o Estado. O resto é folclore político».

Mas, em declarações ao SOL, o  economista, apesar de sublinhar que o ministro só cumpriu o seu papel, considera que a sua possível ida para o Banco de Portugal fica absolutamente comprometida: «Como é que António Costa vai meter uma pessoa com quem se pegou no Banco de Portugal? Para lhe fazer a vida negra». Ainda assim, reconhece que daqui a cinco ou sete anos fará sentido Centeno assumir o papel de governador. «Ir direto do Ministério das Finanças para o Banco de Portugal até seria promíscuo», acrescenta.

Também para Filipe Pinhal, a possível ida de Mário Centeno ficou comprometida. «Não sei se são supersticiosos ou não, mas o dia 13 foi mesmo azarado para Marcelo, Costa e Rio, tudo acontecendo como postula a velhinha Lei de Murphy: Se alguma coisa pode correr mal, correrá. E correrá da pior maneira, no pior momento e do modo que cause o maior dano possível». E, face a esse cenário, entende que «a partir de agora são capazes de fazer a vida negra a Mário Centeno», refere ao SOL.

No entanto, lembra que não é a primeira vez que se assiste à passagem direta de um ministro das Finanças para governador do Banco de Portugal: dá como exemplos Silva Lopes e Miguel Beleza.

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