Da esquerda à direita ninguém aceita que o Governo coloque um conselheiro do primeiro-ministro a negociar um plano de relançamento da economia no pós pandemia da covid-19. O alvo deste debate é o gestor da Partex António Costa Silva.
O presidente do PSD, Rui Rio, avisou que não tem nada a ver com quem António Costa chama para ajudar a elaborar medidas. Mas no que toca às negociações com os partidos, do ponto de vista institucional, o PSD não aceitará fazê-lo.
“O PSD não tem rigorosamente nada a ver com isso, desde que depois no momento em que se for conversar sobre essas formas o interlocutor do Governo sejam os ministros”, afirmou Rui Rio. Se o Governo colocar um interlocutor a falar com os partidos que não seja governante, então, “isso não poderemos aceitar”, concluiu.
Mais tarde, o chefe de Estado procurou enquadrar a situação.
Depois de visitar os Complexos Sociais Sagrada Família e Quinta das Torres da Santa Casa da Misericórdia da Amadora, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que foi informado pelo primeiro-ministro de que “não se tratava de uma escolha de um novo membro de Governo” ou de “propriamente de uma remodelação governamental”. Assim, Belém respeita a decisão de Costa porque só é chamado a intervir perante a saída ou a entrada de membros do Governo. Mário Centeno é apontado como um ministro a prazo, mas só em julho se verá.
Jerónimo de Sousa , líder comunista, garantiu que o partido não foi “perdido nem achado”, mas não dialoga com assessores.
Costa Silva trabalhará pro bono, irá definir um plano a dez anos, e disse à RTP que pensou o plano no dia 25 de Abril, escreveu e “nos dois dias seguintes” colocou-o em papel. Por fim, esclareceu que não irá negociar com os partidos.