O eurodeputado Francisco Guerreiro, eleito pelo PAN, anunciou, esta terça-feira, que sai do partido por "divergências políticas" com a direção. Cabeça de lista às Europeias vai manter-se no Parlamento Europeu.
"O eurodeputado Francisco Guerreiro sai do partido Pessoas-Animais-Natureza por divergências políticas com a direção e garante que continuará a defender no Parlamento Europeu os ideais pelos quais foi eleito e se rege", lê-se num comunicado.
A saída de Francisco Guerreiro do PAN é justificada com "divergências que justificam o seu afastamento do PAN assentam na falta de identificação política com várias posições relevantes tomadas pelo partido no parlamento nacional, bem como com a linha política global que tem caracterizado a atuação do PAN nos últimos meses".
O eurodeputado considera que a atuação do partido tem “limitado” a sua independência política em Bruxelas. "Tem existido um constante afastamento de alguns princípios fundadores do partido que fazem com que, em consciência, não me reveja em várias das decisões tomadas", explica.
"A crescente e vincada colagem do PAN à esquerda", é uma das razões apontadas por Francisco Guerreiro, para quem tal consiste numa "quebra uma das bases filosóficas do partido que não se revê nas dicotomias políticas tradicionais".
Outra das razões para a sua saída está relacionada com a "recente apologia ao incentivo para a entrada de jovens no serviço militar (contra a base pacifista do partido), a passividade perante as ações geopolíticas da China na Europa ou o aumento da agressividade discursiva" do PAN.
Mas Francisco Guerreiro não se fica por aqui e adianta também que considera ter havido um "bloqueio da divulgação do trabalho europeu" que o próprio desenvolveu, em áreas como o Rendimento Básico Incondicional (RBI).
"Enquanto eurodeputado independente continuarei a defender as linhas programáticas com as quais fui eleito, como é o caso do estudo da implementação de um projeto piloto de RBI na Europa tão importante, particularmente, no atual contexto de pandemia", assegura o eurodeputado.
Francisco Guerreiro revela que continuará a integrar, na condição de deputado independente, Os Verdes Europeus/Aliança Livre Europeia.
"Continuarei a respeitar o mandato que me foi concedido, tal como os ideais do programa das eleições europeias de 2019 votado por mais de 168 mil cidadãos", garante.