Ainda falta mais de um ano para as eleições autárquicas, mas o tema já mexe nos principais partidos. No PS, por exemplo, há um nome que reune consenso para concorrer à Câmara de Cascais (a maior autarquia nas mãos do PSD): Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde no anterior Governo socialista de António Costa.
Contactado pelo SOL, Adalberto Campos Fernandes não quis fazer comentários sobre a hipótese.
Ainda é cedo para decisões, o assunto não está no topo da agenda dos partidos, mas já mexe e também no PSD já se lançam nomes para candidaturas autárquicas. A mais recente foi a do deputado Ricardo Baptista Leite para a Câmara de Lisboa, noticiada pelo Expresso. Entre os sociais-democratas há ainda o lançamento do nome de Paulo Moradias em Castelo Branco – que contará com a preferência de Rui Rio sobre o atual vereador Carlos Almeida, um apoiante de Luís Montenegro na disputa interna do PSD.
Certo é que a mais recente deliberação da comissão política nacional dos sociais-democratas diz mesmo que esse tema só será decidido em 2021: «Até 31 de dezembro não serão formalizadas candidaturas, nem apresentados candidatos», porque até lá será o momento de trabalhar com «as forças vivas dos concelhos», lê-se num texto assinado pelo próprio presidente do partido, Rui Rio, datado de 15 de junho e a que o SOL_teve acesso. Na mesma deliberação da comissão política fica claro que a direção nacional terá um papel decisivo em todas as versões finais do processo.
No capítulo de coligações, a ordem é simples. Primeiro, o PSD concorrerá sozinho sempre que possível. Segundo, «em situações particulares, poderão haver coligações com o CDS-PP», mas a comissão política nacional terá «sempre a decisão final sobre a aprovação de coligações». Mais: «As coligações com outras forças partidárias serão sempre da responsabilidade da Comissão Política Nacional».
O poder da comissão política nacional não se fica por aqui: «As coligações com outras forças partidárias serão sempre da responsabilidade da Comissão Política Nacional». Na mesma deliberação há ainda um dado novo: os atuais presidentes de câmara podem recandidatar-se, salvo, «situações judiciais ou de natureza político-partidária local». Aqui a última palavra também é da Comissão Política Nacional. Em relação a gastos, tudo o que ultrapasse o valor orçamentado ( e negociado com a secretaria-geral) será pago por quem contraiu a dívida.
Em Lisboa, a concelhia vai a votos e a disputa é entre Luís Newton, autarca da Estrela, envolto na polémica do caso Tutti-frutti, e Paulo Ribeiro, que conta com o apoio de Morais Sarmento e do ex-deputado Miguel Morgado. No Porto, Alberto Machado foi reeleito líder da distrital com quase 87%, sendo Paulo Rangel, eurodeputado, presidente da Assembleia Distrital.