Sobre o que aconteceu na central de Almaraz, no final de junho, existem duas visões: os ambientalistas classificam a paragem dos reatores como “extremamente grave” e o Governo defende que se trata “de eventos que não se configuram como incidente e, muito menos, como acidente”.
Esta quarta-feira, durante a audição na Comissão Parlamentar de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, referiu que “as ocorrências de junho foram classificadas pelo Consejo de Seguridad Nuclear como eventos de nível zero”. E acrescentou: “Repito, de nível zero”.A central nuclear de Almaraz deveria ter encerrado atividade em junho deste ano, mas tudo indica que vai prolongar o seu funcionamento até 2028.
No mês em que seria desativada, registaram-se duas ocorrências, o que levou os ambientalistas a sublinhar que se existir algum problema de maior dimensão, os portugueses próximos da fronteira com Espanha, sobretudo os habitantes de Castelo Branco e Portalegre, poderão ser afetados. Sobre o futuro da central de Almaraz, João Pedro Matos Fernandes explicou que “foram desencadeadas, através dos canais oficiais, as diligências necessárias para junto das autoridades espanholas reafirmar a necessidade de ser garantido o envolvimento do nosso país no referido processo, através da consulta transfronteiriça”. “Portugal está a diligenciar junto do Estado espanhol para que o processo de prolongamento da vida da central seja participado”, acrescentou.