A liberdade de pensamento e os fanfarrões

Rui Santos deverá ser, obviamente, alvo de ameaças – quem escreve sobre os três grandes, fugindo à cartilha clubística, raramente escapa à ira dos fanáticos adeptos. 

Ao longo dos anos tenho tido o privilégio de entrevistar algumas personagens que não jogam à defesa e dizem livremente o que pensam, sem travões e sem medos. Não levam largos segundos a escolher as palavras, nem tão pouco se preocupam com as consequências das mesmas. Esta semana aconteceu-me outra vez encontrar um entrevistado que estava disposto a falar livremente sobre a matéria a que se dedica: no caso em apreço, o comentário desportivo e o mundo da bola. Pode concordar-se com ele ou não, mas mal a capa do i deste fim de semana se tornou conhecida, um grande amigo mandou-me uma mensagem: «Belas frases a romper o status quo, sim senhor. Promete»

Rui Santos, que há 16 anos tem no Tempo Extra, na SIC Notícias, o seu tempo de antena, ganhou muitos inimigos ao dizer de sua justiça. Nesta entrevista, o comentador faz uma radiografia do mundo da bola e denuncia aquilo que para ele são os principais culpados pela toxicidade que rodeia o futebol: «Os diretores de comunicação são ditadores puros», mas só o são porque os seus presidentes assim o permitem. E nesse sentido diz que «Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira já não deviam fazer parte do futebol». 

Rui Santos deverá ser, obviamente, alvo de ameaças – quem escreve sobre os três grandes, fugindo à cartilha clubística, raramente escapa à ira dos fanáticos adeptos. Quando diz que «a famiglia Porto tem muito a ver com a constituição da SAD, dos seus administradores, que estão podres de ricos», enquanto o clube atravessa graves problemas financeiros, é claro que alguém não vai gostar de ler. Mas é a vida, quem escolheu esta não pode andar com medo de dizer o que não é conveniente. 
 

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