O exército de Israel anunciou que na madrugada de domingo, lançou uma série de ataques a alvos do movimento islamita Hamas.
Este ataque foi uma retaliação depois de um confronto no sábado, ao longo do muro que separa Israel de Gaza, onde foram lançados explosivos e balões incendiários do enclave palestiniano para território israelita. Segundo fontes das forças armadas israelitas, dúzias de “amotinadores palestinianos queimaram pneus, lançaram explosivos e granadas contra a barreira de segurança e tentaram abordá-la”.
Os confrontos de sábado foram o culminar de cinco noites consecutivas de ataques israelitas contra Gaza, onde o exército israelita realizou diversos ataques noturnos contra o Hamas. Segundo o exército de Israel, “aviões de combate atingiram posições do Hamas na faixa de Gaza” e “infraestruturas subterrâneas do Hamas”.
“O Estado de Israel reagirá com força e de maneira intransigente a qualquer ato de terrorismo que prejudique civis israelitas e a soberania nacional”, acrescentou o ministério da Defesa israelita.
Do outro lado, as críticas às ações militares israelitas não se fizeram esperar. “Estas políticas agressivas tendem a exacerbar a crise que as pessoas em Gaza estão a sofrer, a paralisar a sua rotina diária e a complicarem os esforços do combate ao coronavírus emquanto existe um silencio internacional e regional”, disse Fawzi Barhoum, representante do Hamas, citado pela Al Jazeera.
Encerramento da zona marítima Além dos bombardeamentos, Israel tomou a iniciativa de encerrar a zona marítima da faixa de Gaza “até nova ordem”.
O anúncio, que impede os pescadores de saírem para o mar, foi feito pelo órgão do ministério da Defesa israelita responsável pelas operações civis nos territórios palestinianos.
Na quarta-feira, depois de alguns balões incendiários terem provocado fogos no sul do território israelita, Israel já tinha reduzido de quinze para oito milhas náuticas a zona de pesca autorizada em Gaza.
Apesar de terem declarado tréguas no ano passado, Israel e o Hamas esporadicamente enfrentam-se com “foguetes, morteiros ou balões incendiários”, explica a Al Jazeera. A organização islâmica acusa Israel de não cumprir a sua parte do acordo, enquanto Israel acusa o Hamas de fomentar o terrorismo.
Os confrontos recentes coincidiram com protestos de palestinianos contra o anúncio dos Acordos de Abraão, que ditam a normalização de relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, mediada pelos Estados Unidos.
Os dirigentes palestinianos rejeitaram o acordo entre Israel e os Emirados Árabes: “Trata-se de uma traição a Jerusalém e à causa palestiniana”.