Anúncio da deteção ocorre 20 dias depois da deflagração de 2.750 toneladas de nitrato de amónio que estiveram armazenados durante seis anos no porto de Beirute.
O exército libanês anunciou, esta segunda-feira, que foram descobertos 79 contentores armazenados ilegalmente no porto de Beirute, com material que representa "um perigo" em caso de fuga.
Sublinhe-se que o anúncio da descoberta ocorre vinte dias depois das explosões que devastaram parte da capital do país e que provocaram a morte de pelo menos 182 pessoas.
"Entre 14 e 22 de agosto de 2020, foram detetados 25 contentores com ácido clorídrico e outros 54 com materiais que, se houvesse uma fuga, poderiam representar um perigo", comunicaram as Forças Armadas libanesas num comunicado.
"Os materiais estão, entretanto, a ser tratados através de meios científicos e seguros, ações que estão a decorrer em coordenação com os departamentos e empresas que trabalham no porto para que se possa destruí-los", assegurou ainda o Exército.
As operações, que foram realizadas na zona portuária de Beirute, foram levadas a cabo em conjunto com uma equipa de especialistas franceses que chegaram à cidade poucos dias depois das explosões.
Uma fonte militar – que pediu o anonimato – adiantou à EFE que os materiais estavam "armazenados ilegalmente" e que as equipas de peritos estão a destruí-los por precaução, até porque estavam danificados devido às explosões, o que aumentava o risco.
A mesma fonte revelou também que aqueles materiais "perigosos" já estavam armazenados antes das explosões e que "não tinham destinatário".
Sublinhe-se que as explosões do início do mês, depois da deflagração de 2.750 toneladas de nitrato de amónio que estiveram armazenados durante seis anos no porto de Beirute, mataram mais de 180 pessoas, feriram cerca de seis mil e desalojaram quase 300 mil famílias, depois de terem arrasado a grande maioria dos bairros próximos do porto da capital libanesa.