O primeiro-ministro disse, esta quarta-feira, estar "preplexo" com as palavras do presidente do PSD depois de este ter comparado o Governo atual com o de José Sócrates, em 2009, referindo-se às declarações de Costa, que defendeu que o país tem de sair desta crise com "melhores salários". "Faz-me lembrar quando o Governo de José Sócrates aumentou os salários sem ter condições para o fazer e a seguir cortou os salários”, afirmou Rio, esta quarta-feira, no Parlamento, durante o debate sobre o Plano de Recuperação e Resiliência.
Costa decidiu também comparar o presidente do PSD ao seu antecessor, Pedro Passos Coelho, e acusou-o de criticar sem apresentar "uma única ideia e sem uma única proposta para o futuro". "A única ideia que [Rui Rio] revelou ficou implícita na sua preocupação sobre o salário mínimo nacional. Até me pareceu ouvir o seu antecessor [Pedro Passos Coelho] falar aqui, em 2016, quando defendeu que o aumento do salário mínimo ia destruir a criação de emprego, ia destruir as empresas e a economia. Mas demonstrámos ao seu antecessor – e o senhor estará cá também para ver – é que o reforço do rendimento das famílias é uma condição essencial para revitalizar a economia", contrapôs António Costa.
Apesar de Rio defender o aumento do salário mínimo, o líder do PSD sublinha que esta não é a altura certa em que a inflação é nula e o país está a passar por uma "grande incerteza sanitária" e diz que um aumento vai aumentar os desempregos e sobrecarregar as empresas.
Durante o debate, o primeiro-ministro defendeu ainda que as empresas do futuro não são as empresas dos baixos salários". "São as empresas que beneficiam do investimento na inovação, que reforçam o seu capital, que se modernizam e aumentam a sua presença no mercado externo. Quem conta os sentimos do salário mínimo nacional são mesmo aqueles que recebem o salário mínimo. E para esses temos de responder prosseguindo com a trajetória de aumento do salário mínimo", destacou o chefe do Governo.