A pressão para que a esquerda aprove o Orçamento do Estado para 2021 está a crescer. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares voltou a garantir que existe “uma enorme disponibilidade para negociar” com o Bloco e o PCP. Duarte Cordeiro revelou que houve “avanços concretos” nas negociações e que o Governo está a dar resposta em matérias como o novo apoio social, a precariedade e “a preservação de contratos coletivos e de direitos associados a contratos coletivos”.
O Governo está a negociar o Orçamento para o próximo ano com Bloco, PCP, PEV e PAN, e terá de entregar o documento no Parlamento até ao dia 12 de outubro.
Catarina Martins garantiu, porém, que desconhece o valor e a abrangência do novo apoio social que visa dar resposta aos problemas causados pela pandemia. “O Governo já disse que quer trabalhar nesta prestação connosco, embora ainda não se tenha comprometido nem com a abrangência, nem com o valor. E, portanto, não sabemos na prática, no concreto, a que se referem, mas continuaremos a trabalhar nela”, disse, ontem, Catarina Martins, durante uma sessão pública dedicada às políticas para “vencer a crise”.
Catarina Martins defendeu que a nova prestação social tem como objetivo garantir que ninguém vai ficar sem apoio. A coordenadora dos bloquistas explicou que “em Portugal, em julho, já havia 600 mil pessoas desempregadas e, dessas, 400 mil não tinham acesso a nenhuma prestação de apoio no desemprego. Portanto, é muito importante chegar às pessoas. Quem perdeu o chão, quem perdeu tudo com a pandemia, tem de ter apoio”.
A líder do Bloco de Esquerda defendeu ainda que “o nosso primeiro passo tem de ser proteger o direito ao salário e ao emprego”.