João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, disse ontem que a exploração de lítio em Portugal não será feita “a todo o custo”. As declarações foram feitas durante a conferência sobre os desafios estratégicos para a ação climática e surgem numa altura em que a exploração de lítio é alvo de críticas. “O lítio é absolutamente fundamental para a descarbonização. A Europa tem tão poucos recursos próprios, e a pandemia [da Covid-19] mostrou isso. Tendo Portugal lítio, devemos explorá-lo”, disse Matos Fernandes, sublinhando que a exploração não será feita de forma desenfreada.
Para Matos Fernandes, o lítio atingiu uma dimensão estratégica e, por isso, o Governo deixou de dar licenças, desenhando “um concurso para um conjunto de locais onde há um grande potencial de exploração de lítio”. O estudo sobre os locais onde há um grande potencial está a ser desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil. “Há vários locais, sentimos que devemos fazer uma avaliação estratégica. Temos pressa em explorar o lítio, mas a pressa não se conta em dias. Tudo será feita de acordo com as características dos territórios e sempre tendo em conta os valores ambientais”, acrescentou o ministro responsável pela pasta do Ambiente e da Ação Climática.