O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e dos Aeroportos (Sitava) considera que a redução do horário de trabalho dos funcionários da TAP – na sequência da quebra de atividade provocada pela pandemia – é um “ritual que começa a banalizar-se” e acarreta “uma insuportável carga psicológica” e “de grande sofrimento” para os trabalhadores.
Em comunicado, o Sitava informa que se reuniu com a Direção dos Recursos Humanos da TAP, tendo sido transmitido que, tal como no mês anterior, em novembro “foram aplicados vários níveis de redução que vão dos 5% aos 60%, aos quais correspondem também níveis salariais diferentes, compreendidos entre os 88% e os 99%”.
“Temos consciência que nesta altura há já muitos trabalhadores a passar momentos de grande constrangimento e até de alguma privação. Vivemos na TAP desde há algum tempo um clima de paz falsa que, tendo nós o conhecimento que temos da situação da empresa, transmite aos trabalhadores uma sensação de abandono”, refere a nota.
O Sitava volta a apontar o dedo à retoma çenta de voos na companhia aérea, em particular às opções do departamento de redes e controlo da receita, liderado por Arik De. O Sitava acusa este gestor de, nesta fase, “ter contratado mais um assessor internacional, quando a empresa despede ou ameaça despedir tudo o que mexe”. O sindicato liderado por José Sousa acusa ainda a comissão executiva de continuar a conduzir a empresa sem ouvir os trabalhadores, e volta a reafirmar que não vai aceitar cortes cegos” ou “factos consumados” durante a reestruturação da companhia aérea.
“Desenganem-se aqueles que pensam dessa forma. Reafirmamos que não aceitaremos nem cortes cegos nem factos consumados. Apenas o diálogo e a negociação são as ferramentas da democracia”, lê-se na nota.