Paula Teixeira da Cruz defende que o PSD não deve alinhar em acordos com um partido com as características do Chega. A ex-ministra da Justiça, em declarações ao SOL, considera que «não faz sentido ter uma aproximação com um partido que já teve a pena de morte no programa e que tem, neste momento, a prisão perpétua no programa».
Teixeira da Cruz esteve entre os apoiantes de Luís Montenegro nas últimas eleições internas e desde o início que contestou a forma como Rui Rio geriu o partido. Para a antiga ministra de Passos Coelho, é impensável colocar em cima da mesa um acordo a nível nacional com o partido de André Ventura. «Os princípios não se sacrificam e é isso que acontece neste momento. Não vale a pena a conversa de que o Chega vai mudar. O Chega não vai mudar nada porque, se mudar, desaparece. Não posso aceitar ver o meu partido juntar-se a um partido que nada tem ideologicamente a ver com o PSD. Por alguma razão André Ventura saiu do partido».
Rui Rio tem sido cauteloso em relação a uma coligação a nível nacional, mas já admitiu por duas vezes que pode estar disponível para dialogar com André Ventura se o Chega se transformar num partido mais moderado – um argumento que não faz sentido para a ex-ministra porque «o Chega não muda de pele».
Paula Teixeira da Cruz acusa Rui Rio de ser «um líder autocrático» que se está «a juntar a outro líder autocrático».
A antiga vice-presidente do PSD recorda que, há dois anos, o atual presidente do PSD convidou os críticos a sair do partido. «O PSD tem vindo a seguir uma via que eu diria muito pouco democrática, mesmo relativamente aos seus próprios militantes», conclui.