O Bloco de Esquerda e o PCP pedem mais apoios para a restauração devido às restrições aplicadas ao setor para controlar a pandemia. “Estamos muito preocupados com a realidade no setor da restauração”, disse, ontem, em conferência de imprensa, Catarina Martins. Os bloquistas apresentaram três propostas para apoiar um dos setores mais afetados pela medidas restritivas.
Catarina Martins defendeu que “os apoios que estão em curso não tenham em conta a comparação com a faturação de 2020, mas sim com a faturação de 2019”.
Os bloquistas defendem ainda a criação de um programa que permita aos estabelecimentos pagar valores mais baixos de arrendamento. Catarina Martins lembrou que “90% dos estabelecimentos de restauração são arrendatários e embora a sua atividade esteja a zero ou a 50% estão a pagar as rendas a 100%. Os custos desta pandemia devem ser repartidos de forma justa e o Governo deve ter um programa que permita reduzir as rendas tendo em conta a redução da faturação e também criar apoios aos senhorios onde seja necessário”.
Por último, o Bloco de Esquerda quer uma “redução fiscal para já e não apenas para o futuro”. A líder dos bloquistas defendeu que “as medidas anunciadas no Orçamento de Estado como o e-voucher são medidas de recuperação” e o setor necessita de apoios para “manter o emprego agora”.
O PCP também defendeu que é preciso atuar para “fazer frente aos prejuízos causados pelas decisões do Governo PS”.
Os comunistas defenderam, em comunicado, que deve ser feita uma”reflexão e correção das medidas avançadas pelo Governo em matéria de restrições horárias e de funcionamento dos estabelecimentos, pondo cobro a exageros e desajustamentos em função dos setores específicos mais afetados”.
O PCP alertam ainda que é necessário mais rapidez na distribuição dos apoios e eliminar “critérios que até hoje têm constituído barreiras ao acesso de milhares de empresas”.
INDIGNAÇÃO É JUSTIFICADA O partido de Jerónimo de Sousa apoia os protestos da restauração devido às restrições aplicadas pelo Governo para controlar a pandemia. “Para o PCP é inteiramente justificada e compreensível a indignação e protesto dos pequenos empresários da restauração, bares e outros setores face às novas decisões do Governo, quer quanto às novas restrições de horários e funcionamento dos estabelecimentos quer pela insuficiência das medidas de apoio anunciadas”, afirma, em comunicado, o PCP.
Por último, os comunistas alertam para “os riscos de uma hecatombe neste setor, fundamentalmente de micro e pequenas empresas da restauração, cafés, bares e discotecas, que acontecerá inevitavelmente, a não serem tomadas as medidas adequadas”.