A Assembleia da República aprovou, esta sexta-feira, o projeto de resolução do Bloco de Esquerda que propõe "a criação de um programa para a realização de testes covid-19 gratuitos a professores/as, alunos/as, assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos especializados das escolas públicas". O único partido que votou contra esta proposta foi o PS.
A resolução, que não tem força de lei, pretende que o Governo faça uma avaliação, em articulação com as autarquias e os serviços de saúde pública, da eventual "criação de um programa para a realização de testes covid-19 gratuitos a professores/as, alunos/as, assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos especializados das escolas públicas".
Na proposta do BE, recomenda-se ainda que o Governo estruture este programa "tendo em conta a realização de testes periódicos por amostragem para monitorizar o estado epidemiológico das escolas".
Além do documento do BE, foi aprovado um projeto do PS, apenas com as abstenções do PCP e PEV, que pretende travar "o aumento das desigualdades estruturais de género desencadeadas pelos impactos socioeconómicos da covid-19".
Com base em vários estudos, os socialistas explicaram que, durante a pandemia, as desigualdades de género e a consequente perda de rendimentos acentuaram-se com a crise, uma vez que há mais mulheres em “lay-off” ou a usufruir da medida de”apoio à família”.
"De salientar ainda que, em março de 2020, por toda a Europa, o número de mulheres que tinham perdido o seu emprego era quase cinco vezes superior ao número de homens, sendo que as mulheres realizam a maior parte do trabalho adicional não remunerado decorrente do encerramento das escolas, dos serviços de guarda de crianças e de apoio a familiares doentes e do fecho das cantinas", sublinha o partido.
Os socialistas notam o esforço por parte do Governo em adotar iniciativas que ajudem a corrigir os desequilíbrios de género, contudo pedem medidas “de estímulo positivas” para os trabalhadores, cerca de 80% são mulheres, que são apoiados para ficarem em casa com os seus filhos.
O equilíbrio será feito com o recurso ao teletrabalho, a promoção de serviços flexíveis de educação e acolhimento de crianças, e ainda “para atrair as mulheres, nomeadamente as jovens, a não ficarem para trás no processo de transição digital e verde", refere o projeto do PS.