A Associação Nacional de Restaurantes (Pro.Var) apelou ontem ao Governo que “repense” as medidas de apoio anunciadas “para que seja possível salvar os restaurantes e 50 mil postos de trabalho” no último trimestre do ano. “Estamos a reunir um conjunto de associações e empresários para que possamos ajudar o Governo a encontrar uma solução adequada e equilibrada para enfrentar esta crise. Foram cometidos vários erros pelo Governo, mas agora queremos agendar um encontro com o ministro da Economia, Pedro Siza vieira, para propor um programa Apoiar 2.0 que nos parece essencial para salvar este setor”, disse ao i o presidente da Pro.Var, Daniel Serra.
À margem de nova manifestação dos restaurantes – desta vez na Avenida dos Aliados, no Porto – o dirigente considerou que, neste momento, é “fundamental” encontrar um mecanismo que “apoie os restaurantes em 20% das perdas (estimadas em 1,4 mil milhões)”, mas que tenha em consideração “as contas referentes ao período homólogo”, ou seja, utilize como base dos cálculos as receitas somadas no quarto trimestre de 2019 (período em que o setor da restauração terá faturado cerca de dois mil milhões de euros). A associação acrescenta ainda ser essencial que o Governo “avance para a isenção total da TSU”.
“Se conseguirmos estes apoios podemos assegurar que os restaurantes não vão fechar e não vão despedir mais ninguém este ano”, afirmou Daniel Serra. O dirigente alertou que, caso tal não se verifique, ficam em risco “mais 50 mil postos de trabalho”, podendo chegar perto dos cem mil o número de despedimentos no setor da restauração este ano. “A nossa estimativa aponta para 45 mil despedimentos até outubro, a que se podem juntar agora mais 50 mil”.
O setor da restauração voltou ontem a manifestar-se nas ruas do Porto com uma ação dos movimentos “Mulheres pela Restauração” e “Vigilia pela Restauração” que contaram com o apoio da Pro.Var. O protesto juntou cerca de cinco centenas de participantes, não só empresários da restauração, mas também produtores – solidários com a causa – que ocuparam a Avenida dos Aliados, sob o lema “Salvem os restaurantes”. A iniciativa marcou ainda o capítulo final de uma vigília que durou 21 dias.