Ana Gomes, que formalizou esta quarta-feira a sua candidatura a Presidente da República, apresentando “cerca de 8.300 assinaturas” no Tribunal Constitucional, prevê gastar na própria campanha eleitoral o dobro do valor anunciado por Marcelo Rebelo de Sousa.
Enquanto o candidato e atual Presidente da República informou que vai gastar 25 mil euros na campanha eleitoral, sem cartazes, comícios, espetáculos ou brindes, Ana Gomes anunciou que o orçamento para a sua campanha ronda os 50 mil euros, sem cartazes de propaganda nas ruas.
Marcelo aceita donativos até 1.500 euros, enquanto Ana Gomes “permite contribuições individuais até 26 mil euros”, até 100 euros por contribuinte individual, afirmou.
“Apresentámos um orçamento baixo, mas realista. Somos a única campanha – de que eu tenha conhecimento – que, ao contrário do previsto na lei – que permite contribuições individuais até 26 mil euros -, a minha tem um limite de até 100 euros por pessoa”, disse a antiga dirigente socialista, acrescentando que “tudo será rigorosamente controlado através de uma referência multibanco”.
“Apelo aos outros candidatos que façam o mesmo e moralizem o financiamento da campanha”, apontou Ana Gomes esta tarde em frente ao Tribunal Constitucional.
Ana Gomes comentou a relação institucional entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, dizendo que “os portugueses e as portuguesas veem que há demasiado encosto, onde deveria haver respeito pela separação de poderes".
“E, por vezes, há não só oposição como, inclusivamente, costas voltadas e até tapete retirado, sobretudo da parte do Presidente da República em relação ao Governo”, acrescentou.
A antiga eurodeputada aproveitou ainda para dizer que se não se tivesse candidatado a estas eleições presidenciais “não haveria uma alternativa para aqueles que se revêm no socialismo democrático, por decisão triste de alguns dirigentes” do PS, “que incentivaram alguns socialistas a votar num candidato de direita”. No entanto, sublinhou que se sentiu “bem acompanhada por muitos socialistas, naturalmente, além dos independentes e dos simpatizantes do PAN e do Livre”.
Recorde-se que o PS optou por não indicar um candidato preferencial, no entanto, Ana Gomes já recebeu o apoio de figuras socialistas como Manuel Alegre, o antigo eurodeputado Francisco Assis, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, ou o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.