A Deco Proteste afirma que 80% dos municípios portugueses ainda associa a fatura da água à dos resíduos e quer a revisão da tarifa. Em comunicado, a organização de defesa do consumidor explica que analisou as tarifas de resíduos sólidos nos 308 municípios em território português, ao longo do ano passado, concluindo que “80% continua a indexar a tarifa em função do consumo de água”, o que considera ser “um cálculo injusto para as famílias que reciclam e que não espelha as suas práticas sustentáveis”.
A associação exige uma “revisão desta tarifa e uma solução de cálculo que permita a valorização das boas práticas dos portugueses”. “A taxação atual é feita com base nos metros cúbicos de água gastos, o que não tem nenhum tipo de correlação com o desperdício de cada agregado familiar, nem valoriza quem recicla os seus resíduos”, acrescenta o comunicado.
"Esta injustiça é ainda uma realidade na maior parte do território nacional. Quem cumpre e separa os resíduos, com a preocupação de defender o ambiente, paga o mesmo de quem é indiferente ao problema da sustentabilidade”, diz a Deco Proteste. A associação “defende a implementação de um sistema que permita o cálculo em função do volume ou peso de resíduos indiferenciados que se produz (lixo), compensando a parcela de resíduos que foram encaminhados para recolha seletiva e reciclagem – o sistema PAYT (Pay as you throw) –, ou seja, paga-se apenas o lixo que se produz e que não se recicla”, conclui.