“Muita, muita fé”. Foi desta forma que André Ventura resumiu o seu estado de espírito para as eleições presidenciais do próximo domingo. Ventura admitiu mesmo que "uma segunda volta é difícil e com estes números está difícil, mas não é impossível".
Numa altura em que as sondagens o colocam próximo de Ana Gomes, na luta pelo segundo lugar, o candidato – que também é deputado e líder do Chega – acredita que o seu eleitorado está mobilizado "para perceber que é possível chegar lá", acrescentando que está a contar com o "grande voto silencioso" dos eleitores portugueses.
“Acho que os meus eleitores querem muito provocar uma mudança em Portugal e que ficarei em segundo lugar. Um candidato de um partido que tem um ano e uns meses estar à frente e ter mais votos nas sondagens do que BE e PCP juntos é uma grande vitória”, afirmou.
Num dia que ficou marcado pela visita ao quartel dos Bombeiros Voluntários do Beato, Ventura voltou a assumir o compromisso de se demitir da liderança do Chega caso fique atrás de Ana Gomes.
Recordando os momentos mais polémicos desta campanha, o candidato admitiu que cometeu "erros" e "excessos de linguagem", e que houve momentos e "discursos menos bons". “Não me arrependo das minhas palavras. Houve palavras menos felizes que outras. Eu não sou perfeito, cometo erros, às vezes excessos. Também houve discursos menos bons meus. Quem faz muitos corre o risco de errar. Por exemplo, ocasiões em que falei demasiado de Ana Gomes, em vez de Marcelo Rebelo de Sousa, ou em que devia ter falado mais do mundo rural”, afirmou, desvalorizando, no entanto, os insultos dirigidos a Marisa Matias, João Ferreira ou Jerónimo de Sousa.
Na sua intervenção, André Ventura deixou ainda críticas ao silêncio do Presidente da República face aos incidentes em Setúbal, onde foi recebido de forma hostil e violenta por uma multidão. “Acho que lhe fica mal, mas é uma opção pessoal que faz”, disse Ventura, acrescentando que, com uma palavra de condenação dos incidentes, Marcelo Rebelo de Sousa “não estaria a colocar-se ao meu lado nem politicamente nem ideologicamente”. “Estava a dizer que qualquer ataque a um político ou candidato a Presidente é lamentável em democracia”, concluiu.