PSD pede audição urgente do Ministro da Educação

Em causa está a medida “prometida” pelo Governo, que admitiu antecipar as férias escolares para que, quando o confinamento terminar, se iniciem as aulas presenciais, rejeitando assim a opção de ensino à distância.

O Grupo Parlamentar do Partido Social-Democrata entregou, esta segunda-feira, um requerimento a pedir que seja realizada “a audição com a maior urgência possível do Ministro da Educação pela Comissão de Educação, Ciência, Desporto e Juventude”, lê-se no documento.

Em causa está a medida “prometida” pelo Governo, que admitiu antecipar as férias escolares para que, quando o confinamento terminar, se iniciem as aulas presenciais, rejeitando assim a opção de ensino à distância.

“O confinamento da comunidade escolar e a interrupção das aulas presenciais não foi de imediato colmatada, contrariamente ao que seria expectável e ao que foi prometido, com o ensino à distância, mas com umas férias ‘forçadas’ que ditarão o reajustamento do calendário escolar. Ao que parece, e segundo várias notícias de hoje, ‘para que as escolas possam preparar as aulas on-line.’”, reclama o PSD.

Os social-democratas, neste documento, recordam que as palavras que o Ministro da Educação disse, em maio de 2020, na entrevista para o jornal Público, onde disse que o país devia “preparar para em setembro — ou não em setembro, mas se calhar em outubro, ou novembro — termos o que os ingleses designam por ‘b-learning’, uma conjugação entre ensino à distância e ensino presencial”.

Para o PSD, “o país deveria estar preparado para enfrentar o cenário possível e provável de um novo confinamento forçado da comunidade escolar. Mas, ao que parece, não está”. O partido referiu a falta de material tecnológico – “300 mil computadores” – e também a incapacidade do pessoal docente em ferramentas digitais, “a produção de conteúdos específicos e de ferramentas adicionais para o acompanhamento dos alunos não saiu do papel. Um conjunto de bloqueios e falhas estruturais e graves que não poderão ser contornas ou resolvidas em apenas duas semanas”, considera o PSD.

O documento termina com várias perguntas que o partido insiste em saber: “o que é vai acontecer a partir do dia 5 de fevereiro se o confinamento se mantiver? Qual o plano do governo para que as escolas garantam o ensino a todos os alunos e ninguém fique para trás?”.