O antigo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, defendeu ontem, num artigo de opinião publicado no Jornal da Madeira, “a absoluta necessidade de um governo de salvação nacional, com os partidos democráticos, dada a situação económico-social de Portugal piorar de dia para dia e o País ter caído para a cauda da Europa mesmo antes do COVID”.
Para o também antigo líder do PSD Madeira também é necessário que o seu partido, a nível nacional, mude de estratégia. “Tenho uma grande amizade pessoal para com Rui Rio. Admiro-lhe a firmeza nos princípios e nos valores, bem como o seu humanismo, inteligência, patriotismo e humildade. Portanto, não está em causa a lealdade que lhe devo, mas é urgentíssimo que o Partido Social Democrata mude”, escreveu Alberto João Jardim. O ex-dirigente lembra as razões da abstenção e o voto no espaço de extrema-direita, leia-se do Chega.
“O triunfo irresponsável do “politicamente correto” salda-se, hoje, em metade dos Portugueses normalmente não votar, claramente alérgicos à situação política em Portugal”, começou por explicar Alberto João Jardim. Mais à frente, lembra que “desta maneira, deu-se espaço para a extrema-direita monopolizar as motivações e necessidades de tantos Portugueses!…”. Neste quadro, o PSD também tem responsabilidades e Jardim não é parco na avaliação. “Claro que, agora, também o PSD nacional paga o preço das suas retrações pequeno-burguesas, dondocas, ante o ‘politicamente correto’”, alertou o ex-dirigente do PSD/Madeira.
De realçar que nas últimas semanas têm surgido várias vozes, quer a pedir um governo de salvação nacional, quer a alertar o PSD para mudar de estratégia, ou estar atento aos sinais e à polarização da direita. Neste quadro, Rui Rio não tem ficado isento de críticas.