O líder do PSD, Rui Rio, admitiu esta quarta-feira "refletir a sério" sobre o adiamento das eleições autárquicas, que deverão realizar-se em setembro ou outubro deste ano. O PS defende que a ideia "é prematura" e exemplificou que as eleições presidenciais, em pleno confinamento, "ficaram marcadas por uma grande mobilização dos portugueses".
"Vou refletir a sério e darei uma resposta nos próximos dias", respondeu aos jornalistas Rui Rio, quando questionado sobre o eventual adiamento das eleições autárquicas, no final da reunião com o Presidente da República sobre a renovação do estado de emergência. O líder da oposição adiantou ainda que o tema está a ser analisado pelo partido.
"Nós obtivemos ontem [na reunião do Infarmed] alguns dados que não tínhamos antes, relativamente à perspetiva de vacinação, às projeções de evolução da doença e, portanto, eu diria que é imperioso ter uma posição sobre isso e decidir rapidamente. O PSD não decidiu, mas decidiu outra coisa: rapidamente refletir sobre isso e ter uma posição, isso é imperativo", afirmou.
Sobre a mesma questão, José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS, afirmou que a ideia "é prematura" e lembrou que o país teve "eleições presidenciais que ficaram marcadas por uma grande mobilização dos portugueses, em condições de grande limitação". No entanto, as eleições para Presidente da República atingiram este ano a percentagem recorde de abstenção: 60%.
"Não compreendemos como é que, estando nós em fevereiro e a cuidar da renovação do Estado de Emergência para os próximos 15 dias, o doutor Rui Rio esteja já com os olhos postos em setembro ou outubro. Só vemos uma explicação, talvez o líder da oposição esteja com receio de se confrontar com a sua oposição interna", disse.