O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, propôs, esta sexta-feira, convocar um referendo constitucional para o próximo ano e anunciou a rápida adoção de leis contra os protestos da oposição.
O Presidente, no poder desde 1994, afirma ser benéfico "conjugar" a consulta popular com as eleições locais, a realizar em janeiro de 2022. "Assim economizamos meios. Estou seguro de que no final do ano teremos um novo projeto de Constituição", anunciou no segundo dia da VI Assembleia Popular Pan-Bielorrussa, citado pela agência de notícias BELTA.
Apesar de defender a redução de poderes presidenciais, Lukashenko sublinha que o país irá continuar uma república presidencialista. "Nestes momentos de incerta sobre o nosso futuro, devemos ser, como nunca, cuidadosos, precavidos, e estar unidos. Não é o momento para arrasar com tudo", afirmou.
Segundo a resolução, a comissão constitucional será integrada por representantes de várias áreas (jurídica, económica e social), mas não contará com a participação da oposição.
Lukashenko anunciou ainda que o parlamento irá aprovar, "em breve", novas leis contra os protestos, provocações e outras violações da lei. "Goste-se ou não, o processo foi iniciado. É importante prevenir qualquer distúrbio massivo, mas também para que nos vejam como um Estado civilizado", disse.
A Bielorrússia tem sido alvo de vários protestos após a vitória de Lukashenko nas eleições presidenciais de agosto de 2020. A oposição considera que os resultados foram manipulados e exige a renúncia do chefe de Estado, a libertação de presos políticos e a convocação de novas eleições.