O PSD apresentou esta segunda-feira, na Assembleia da República, um projeto de resolução com 20 medidas para responder aos efeitos da pandemia na saúde mental dos portugueses. A proposta defende “a implementação da figura do ‘cheque-psicólogo’ com abrangência prevista para toda a população” e “a criação de mecanismos sistematizados de consulta à distância”.
O projeto de resolução, da autoria dos deputados Alexandre Poço e Ricardo Batista Leite, entre outros, apresenta várias medidas para os jovens como “o reforço da contratação de psicólogos escolares” e “a introdução nas escolas de um reforço do apoio à saúde mental”.
O líder da JSD, Alexandre Poço, defende que “é premente reforçar a intervenção junto das crianças e jovens” e alerta que é “urgente inverter” a tendência de relegar para segundo plano a saúde mental.
A deputada não inscrita Cristina Rodrigues apresentou, também esta segunda-feira, uma proposta para que seja criado, em colaboração com a Ordem dos Psicólogos, “o cheque-psicólogo, com o objetivo de aumentar o acesso da população aos cuidados de saúde em psicologia”.
A medida consta de um projeto de resolução que recomenda ao Governo o reforço das consultas de saúde mental por videoconferência e a contratação de mais psicólogos para os cuidados de saúde primários.
O Parlamento vai debater os efeitos da pandemia na saúde mental dos portugueses. PSD, Bloco de Esquerda, PCP, CDS e as deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues já apresentaram propostas.
Os bloquistas defendem que é necessário avançar com medidas “específicas para dar respostas às consequências imediatas e futuras que a pandemia tem e terá na saúde mental”. O diploma do BE recomenda ao Governo que “crie linhas de apoio regionais e nacionais de apoio à saúde mental”.
O PCP também alerta que o país tem de estar preparado para responder “a um problema cuja verdadeira dimensão está ainda por conhecer”. Os deputados comunistas propõem o reforço dos profissionais especialistas em saúde mental e “um plano específico de prevenção do suicídio reativo a crises económicas e sociais, criando apoios sociais que revertam a situação”.
O CDS propõe que sejam disponibilizadas “teleconsultas com os profissionais de saúde adequados para o efeito” e “um levantamento urgente das necessidades na área da saúde mental”.
A Iniciativa Liberal também defendeu, num projeto de resolução apresentado há duas semanas, que o Governo “crie linhas telefónicas de apoio à saúde mental”, com equipas que incluam psicólogos clínicos e estudantes de Psicologia. Já Joacine Katar Moreira, que apresentou um projeto com dez medidas, advoga a criação de “uma linha de apoio psicológico destinada a profissionais de saúde” e mais psicólogos nos estabelecimentos de ensino.