O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) adiou a votação do acordo de emergência assinado entre Governo, TAP e sindicato que estava agendada para sábado, dia 20, apurou o Nascer do SOL. A decisão surge depois de uma longa reunião, por via telemática, na quarta-feira, que serviu para SPAC e associados debaterem os pormenores do acordo. Os responsáveis do SPAC tinham vindo a desdobrar-se em conversas com os seus associados com vista a sensibilizá-los para a importância e vantagens do acordo e as consequências de uma votação negativa. Mas face à divisão notória no seio dos pilotos da TAP – e perspetiva de um chumbo –, o SPAC decidiu adiar a votação para sexta-feira, dia 26.
Na última semana soube-se que o documento prevê a saída da empresa (por despedimento ou rescisão por mútuo acordo) de quase 200 pilotos e a transferência de quase outros 200 para a Portugália (outra empresa do Grupo TAP). Segundo o nosso jornal apurou, o acordo prevê a rescisão de 198 pilotos, a transferência de 190 e ainda a reforma de outros 70 trabalhadores.
O acordo de emergência acertado com o SPAC inclui ainda cortes nos salários dos pilotos a partir dos 1330 euros, entre 50% e 35% até 2024 (acima do corte transversal de 25% nos salários dos restantes profissionais da empresa).
No final dos quatro anos em que vigora o acordo, as perdas acumuladas (vencimento base, anuidades e senioridades) vão atingir valores entre os 147 mil e… os 360 mil euros por trabalhador, apurou o Nascer do SOL.
Recorde-se que a TAP já anunciou que, em caso de chumbo, não vai regressar à mesa das negociações – avança, por isso, um regime sucedâneo, que permite suspender unilateralmente as cláusulas do acordo de empresa em vigor para esta categoria profissional.
Entretanto, o Sindicato Independente de Pilotos da Aviação (SIPLA), que representa os pilotos da Portugália, aprovou com cerca de 90% o acordo de emergência acordado com Governo e empresa.
[Notícia atualizada às 23h00]