No início desta semana, o mundo ficou em choque com os vídeos protagonizados pela princesa Latifa onde afirmava estar “refém” do seu próprio pai, o emir do Dubai, Mohammed bin Rashid al-Maktoum, e confessava temer pela sua vida.
Diversos países e organizações lançaram apelos para salvar Latifa e revelaram preocupação pelo seu bem-estar.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, considerou que os vídeos, divulgados em canais de televisão como a BBC e Sky News, são “preocupantes”.
“São imagens muito angustiantes, um caso muito difícil. E acho que é preocupante”, disse Dominic Raab à Sky News. “As pessoas gostariam (…) de vê-la viva e de boa saúde (…) e certamente ficaríamos felizes com isso”, acrescentou.
Raab afirmou que Londres “vai seguir o assunto com muita atenção”, mas os escândalos do emir do Dubai não são novidade na capital inglesa. Em março de 2020, a justiça britânica já tinha determinado que o emir do Dubai ordenou o sequestro de duas de suas filhas, Latifa e Shamsa.
Além do rapto das filhas de Mohammed bin Rashid al-Maktoum, a justiça britânica tem ainda a correr um processo entre o emir do Dubai e a princesa Haya, irmã do Rei da Jordânia (Abdullah II), que fugiu para Londres em 2019, levando os seus dois filhos. A princesa Haya, a sexta esposa de Mohammed bin Rashid al-Maktoum, casou-se com o emir em 2004.
Condenação da ONU
A Organização das Nações Unidas revelou que vai questionar e investigar a detenção da princesa Latifa. “Vamos certamente levantar estes novos desenvolvimentos com os Emirados Árabes Unidos”, disse o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Rupert Colville.