“Nunca disse que o pior já passou”, diz Costa

Primeiro-ministro diz que o país vai demorar a reerguer-se. 

O primeiro-ministro, António Costa, esclareceu que "nunca disse que o pior já passou, nem do ponto de vista sanitário, nem do ponto de vista económico e social” devido à pandemia de covid-19 no país.

Numa entrevista ao jornal Público, o chefe do Governo explicou que o país vai demorar a reerguer-se e que, mesmo quando não houver qualquer infetado, "continuaremos a ter 400 mil desempregados, vamos continuar a ter muitas empresas que entretanto faliram, vamos continuar a ter muitas empresas com dificuldades em cumprir as suas moratórias". Não antevendo por isso uma “uma vida mais sossegada” para si mesmo. 

Para se reconstituir, Portugal deve “reforçar a sua autoestima pela forma como soube lidar com estas situações”, assinalou António Costa, acrescentando ainda que "o esforço de recuperação económica não nos vai permitir tirar um dia de intervalo entre o fim do combate à pandemia e o início da batalha pela economia”.

Ainda que Portugal esteja numa fase decrescente do número de contágios por covid-19, o primeiro-ministro avisou que tudo pode mudar devido aos “fatores de imprevisibilidade que ninguém pode negar”, nomeadamente com o aparecimento de novas variantes no país. 

"Tal como ninguém em outubro sabia que íamos ter a variante inglesa, ninguém hoje sabe se não vamos ter daqui a três semanas a variante x que pode alterar profundamente este panorama", afirmou.