A Árabia Saudita lançou bombardeamentos aéreos sobre posições dos houthis, incluindo contra a capital iemenita, Saná, este domingo, após acusarem o grupo rebelde de enviar uma dezena de drones armados contra o reino. A Reuters testemunhou vários bombardeamentos em Saná, que deixaram enormes nuvens de fumo sobre a cidade. A agência avançou ainda que os combates na região fronteiriça entre a Arábia Saudita e o Iémen, nas cidades de Marib e Taiz, aumentaram de intensidade. A escalada do conflito arrisca afetar ainda mais civis, numa guerra que se transformou numa das maiores catástrofes humanitárias do século.
"Ter como alvo civis e instalações civis é uma linha vermelha", justificou o coronel Turki al Maliki, porta-voz das forças sauditas, referindo-se ao alegado uso de drones pelos houthis, que também culpou os rebeldes pelos vários mísseis balísticos que explodiram nos céus de Riade, após serem intercetados, no final do mês passado. Não é de espantar que os sauditas temam o arsenal de mísseis e drones dos houthis, que são apoiados pelo Irão. Em 2019, um ataque dos rebeldes contra a petrolífera estatal saudita, a Aramco, deixou offline instalações que produziam cerca de 5% de todo o petróleo mundial – há uns dias, a liderança houthi, citada pela Al Jazira, anunciou que voltara a atingir instalações da Aramco, em Jidá, mas a Arábia Saudita não o confirmou.
Já a cidade de Marib, último bastião das forças do Governo iemenita – apoiado pelos sauditas – no norte do país, está prestes a cair, anunciou a Tasnim, uma agência noticiosa estatal iraniana. Trata-se de uma "batalha chave", escreveu a Tasnim, considerando que a perda de Marib "significaria a derrota do regime apoiado pelos sauditas", mas admitindo que a força aérea escalara os seus ataques na região.