O Chega escolheu o Padrão dos Descobrimentos para lançar a candidatura do apresentador de televisão Nuno Graciano à Câmara de Lisboa. A apresentação está anunciada para esta terça-feira às 17 horas.
O coordenador autárquico do Chega, Nuno Afonso, já tinha anunciado, em declarações ao i, que o candidato teria de ser “alguém conhecido do grande público e impoluto”. Nuno Graciano foi apresentado pelo partido como uma pessoa “conhecida dos portugueses como um lutador e um homem de convicções, sem qualquer vestígio de politicamente correto, representando, desta forma, aquele que é o espírito do partido”.
Graciano tornou-se conhecido como apresentador de televisão, mas está afastado dos ecrãs e nos últimos anos dedicou-se à produção de queijos da Serra da Estrela. Há três anos, o agora candidato à Câmara de Lisboa lançou o livro Não me chamem bom pai e deu entrevistas a defender a prisão perpétua e a pena de morte. “Sou a favor da pena de morte para os pedófilos. Pedófilos todos mortos”, disse, numa entrevista ao programa Maluco Beleza, da autoria de Rui Unas. Graciano garantiu, porém, que não se identificava com Bolsonaro, por ser “uma pessoa racista e que trata as mulheres daquela forma”.
Na mesma altura, numa entrevista ao Diário de Notícias, o apresentador defendeu que “os filhos que maltratam os pais, no mínimo, prisão perpétua. Os pais que sodomizam os filhos, no mínimo, pena de morte. Sou radical nestas situações. Não há o direito de violar uma criança porque isto marca pelo menos três gerações”.
A apresentação do candidato à Câmara de Lisboa será feita pelo líder do Chega no Padrão de Descobrimentos. A escolha do local é uma resposta à polémica lançada com a afirmação do deputado socialista Ascenso Simões de que “mesmo o Padrão, num país respeitável, devia ter sido destruído”.
Em comunicado, a direção nacional do Chega garante que Nuno Graciano tem “em mente aqueles que são os desafios que tem pela frente e tem na alma a força, a vontade e a convicção de que é para as pessoas que um autarca deve trabalhar com afinco”.
PSD afastou Chega Carlos Moedas lançou a candidatura no dia 4 de março e traçou como objetivo unir a direita. O candidato social-democrata excluiu, porém, o Chega das negociações para uma coligação contra o socialista Fernando Medina.
Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos assinam esta terça-feira o acordo de coligação para as eleições autárquicas. Rui Rio garantiu, em janeiro, que as alianças podem abranger outros partidos, mas o Chega fica de fora. “Não haverá com o Chega, mas tirando o Chega logo se verá”, disse.
A Iniciativa Liberal entrou nas conversas com Moedas, mas decidiu apresentar um candidato próprio. O partido apresentou mesmo publicamente a candidatura de Miguel Quintas, mas o empresário desistiu três dias depois. Os liberais já garantiram que vão apresentar outro candidato.