O porta-voz do PAN, André Silva, questionou, esta quarta-feira, o primeiro-ministro sobre a exclusão da opção de Beja na avaliação ambiental estratégica sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa. António Costa respondeu e explicou o porquê de não colocar a opção de Beja “na equação”: porque “não faz sentido”.
"A grande razão pela qual não se pode colocar Beja, não faz o menor sentido colocar Beja nesta avaliação é a seguinte: o aeroporto mais longe de um centro urbano que existe está a 66 quilómetros. Lisboa está de Beja à distância de 129 quilómetros, e isto é intransponível", justificou Costa na Assembleia da República, após André Silva lhe ter colocado outras questões.
Na sua intervenção, o deputado e porta-voz do PAN considerou que o Governo vai fazer "uma avaliação ambiental estratégica fictícia, que compara apenas duas localizações, designadamente, a solução Lisboa + Montijo em duas opções de intensidade distintas, e a solução Alcochete".
"Por que é que o Governo não faz uma avaliação ambiental estratégica a sério, que inclua a opção de Beja? O Governo tem medo dos resultados da avaliação? O Governo tem medo que o resultado venha demonstrar que a solução de Beja é a mais adequada?", perguntou André Silva ao primeiro-ministro.
Na sua resposta, António Costa começou por ignorar a opção de Beja, defendendo que o debate sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa já se estende há muitas décadas e que agora "o país não pode multiplicar outras soluções, se não daqui a 60 anos ainda alguém estará aqui a discutir onde é que há de ser a localização do novo aeroporto de Lisboa".
"Estamos mesmo numa luta contra o tempo", afirmou o primeiro-ministro, depois de referir que a construção do novo aeroporto no Montijo "não se revelou viável por uma questão legal" e que por isso, o Governo decidiu "de uma vez por todas" fazer "a avaliação ambiental estratégica, não entre duas, mas entre três soluções: Alcochete, Portela + Montijo ou Montijo + Portela".