Groundforce. Acordo provisório entre TAP e Pasogal é “balão de oxigénio” para dois meses

Fonte oficial do acionista privado confirmou ao i que o acordo entre as partes prevê que a TAP compre material da Groundforce por sete milhões de euros e subalugue esse mesmo material à empresa de handling, como forma de fazer entrar dinheiro na empresa. Os 2400 trabalhadores recebem salários “até à próxima segunda-feira”.

A TAP e a Groundfore chegaram esta quinta-feira a um entendimento que desbloqueia provisoriamente o impasse na empresa e permite pagar os salários aos 2400 trabalhadores, informou a Pasogal.

Fonte oficial do acionista privado – que detém 50,1% da empresa de gestão de bagagens através da Pasogal (enquanto os restantes 49,9% do capital pertecem à TAP) – confirmou ao que o acordo entre as partes prevê que a TAP compre material da Groundforce por sete milhões de euros e subalugue esse mesmo material à empresa de handling, como forma de fazer entrar dinheiro na empresa.

Em comunicado, a empresa de Alfredo Casimiro, presidente da Groundforce, refere que “o acordo alcançado agrada à Groundforce, até porque é muito semelhante ao que a empresa propôs desde o início”, mais precisamente a 1 de março. “A Groundforce está, naturalmente, satisfeita por ter sido possível encontrar uma solução que permita pagar os salários aos trabalhadores e pôr fim à angústia de 2400 famílias”, diz a nota.

O comunicado acrescenta ainda que “resolvida a urgência, a Groundforce continuará a empenhar os seus melhores esforços, certamente com o apoio dos acionistas Pasogale TAP, no sentido de resolver a questão de fundo. É preciso criar as condições para que a empresa possa desenvolver tranquilamente a sua atividade, como aconteceu nos últimos oito anos, preservando os postos de trabalho e o valor criado".

“A Groundforce acredita que, depois destas difíceis semanas, contará com a celeridade das entidades oficiais para a concretização do empréstimo com o aval do Estado que permitirá recuperar, de forma definitiva, o normal funcionamento da empresa”, acrescenta a Psasogal, que recorda que “a empresa e os seus trabalhadores são vítimas exclusivamente da covid-19 e das consequências nefastas que esta está a ter na economia global, na qual estamos inseridos”.

Já esta tarde, Alfredo Casimiro está a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, onde confirmou que este acordo provisório é um "balão de oxigénio" que permite resolver os problemas da empresa apenas nos próximos dois meses. Antes, foram ouvidas as organizações representativasdos trabalhadores da Groundforce. André Teiva, presidente da Plataforma de Sindicatos de Terra do Grupo TAP, afirmou que "os salários serão pagos no máximo até à próxima segunda-feira".

[Notícia atualizada às 17h20]