Os apoiantes do opositor russo Alexei Navalny convocaram, esta terça-feira, um novo protesto para exigir a sua libertação da prisão. Querem que seja a "maior manifestação que a Rússia já viu" e só irão divulgar a data do protesto quando pelo menos 500 mil pessoas estiverem dispostas a participar.
"Não estamos a definir uma data específica [do protesto] agora. O primeiro passo da nossa campanha é contar com todo o país", afirmou Leonid Volkov, aliado de Navalny, num vídeo publicado no site do opositor. "Devemos trabalhar juntos para aumentar a consciencialização, então vamos definir uma data em que o número de participantes alcance pelo menos meio milhão de pessoas".
O opositor do regime de Vladimir Putin foi detido a 17 de janeiro e condenado a dois anos e oito meses de prisão cerca de duas semanas depois. Em causa está o facto de ter violado os termos de uma pena suspensa a que foi sentenciado em 2014.
O político estava a cumprir a pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada –, quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020. Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 44 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia.
Desde a sua detenção, milhares de pessoas têm-se manifestado em dezenas de cidades russas e cerca de 11 mil manifestantes foram detidos e multados ou condenados a penas de prisão entre sete a 15 dias.
"Sabemos perfeitamente que se mil pessoas saírem à rua, todas serão presas; se forem 10 mil já ficam dispersos. Com 100 mil, a polícia anti-motins já se comporta", disse a investigadora principal de Navalny, Maria Pevchikh.
Poucas horas após o apelo, cerca de 32 mil pessoas já se inscreveram para participar na manifestação.