O insólito aconteceu na manhã de ontem, na Barragem de Odeleite, no Algarve, durante a visita do ministro do Ambiente Matos Fernandes ao local, para a apresentação de dois projetos que visam garantir que o Sotavento Algarvio tem mais água no curto prazo: uma patrulha da GNR foi chamada ao local depois de algumas denúncias devido ao grande número de pessoas.
As queixas e a presença da patrulha da GNR foram confirmada ao i por fonte oficial desta força de segurança. “Houve uma denúncia para o posto da guarda local de um ajuntamento de pessoas. Foi deslocada uma patrulha e quando os militares chegaram ao local confirmaram tratar-se de uma situação que era um evento político e, portanto, podia ser executado”.
Mas apesar do grande número de pessoas que se encontrava no local, tendo em conta que se tratava de um evento permitido, a patrulha da GNR acabou por ir “só confirmar os factos” e, por isso “não houve qualquer consequência”.
A mesma fonte explica: “O denunciante que terá ligado para o posto não saberia o que se passava e portanto trata-se de uma situação proativa de um cidadão que telefonou mas depois quando a patrulha se deslocou ao local confirmou, de facto, ser uma situação que é autorizada, não houve qualquer questão”.
No total, foi identificada apenas “uma pessoa”. Também contactado pelo i, o capitão Galego, do comando de Faro, confirmou a identificação de uma pessoa, que foi o presidente das Águas do Algarve, António Eusébio, que se voluntariou para o efeito. “Não tínhamos conhecimento de qualquer evento, daí, à semelhança de qualquer outra ocorrência, a patrulha foi ao local. Quando chegou, como não sabia do que se tratava, tentou perceber o que se passava e foi aí que se estabeleceu o diálogo com o presidente da Águas do Algarve e aí ele disse quem era e o motivo do evento. Perante isso, a função da guarda cessou”.
O capitão Galego explica que foram feitas várias denúncias uma vez que não é normal movimento naquela zona, o que alertou as pessoas. O responsável garantiu ainda que: “Estavam a ser cumpridas as normas de segurança”.
Pouco depois, em declarações à SIC, Matos Fernandes diz ter considerado “com todo o respeito, que a GNR foi excessivamente diligente”, uma vez que “eventualmente, não terá querido perceber o que se estava aqui a passar”.
“Esta é uma atividade política e elas não têm qualquer condicionamento, desde que sejam cumpridas as regras. E é evidente que elas estão a ser respeitadas. Estamos todos ao ar livre, a fazer discursos debaixo deste magnífico sol”, disse o governante.