O PS recuou na decisão de expulsar Manuel dos Santos por ter chamado «cigana» à então deputada do PS e agora presidente da Câmara de Matosinhos Luísa Salgueiro. A Comissão de Jurisdição do Porto decidiu expulsar o ex-eurodeputado, mas o PS transformou a expulsão numa «suspensão do direito de eleger e ser eleito até dois anos».
A polémica já dura há quatro anos. A 16 de junho de 2017, Manuel dos Santos criticou, nas redes sociais, os deputados socialistas do Porto que votaram a favor da candidatura de Lisboa à Agência Europeia do Medicamento. «Entre os deputados socialistas que votaram Lisboa como sede da Agência Europeia do Medicamento esteve Luísa Salgueiro, dita a cigana».
António Costa não demorou muito tempo a pedir a expulsão de Manuel dos Santos. Nessa altura, o líder do PS disse que o então eurodeputado «tornou-se uma vergonha para o PS. Espero que a Comissão Nacional de Jurisdição rapidamente nos liberte da companhia de quem partilha preconceitos racistas».
A expulsão de Manuel dos Santos foi, nessa altura, contestada por alguns socialistas. O PS acabou por decidir aplicar uma sanção mais leve. O estatuto do Partido Socialista prevê várias sanções disciplinares e define que «a pena de expulsão só é aplicada por falta grave, nomeadamente o desrespeito aos princípios programáticos e à linha política do partido, a inobservância dos Estatutos e dos Regulamentos e das deliberações dos órgãos do Partido, a violação de compromissos assumidos e, em geral, conduta que acarrete sério prejuízo ao prestígio e ao bom nome do partido».
Manuel dos Santos diz que foi alvo de uma perseguição.
Numa entrevista ao SOL, em julho de 2019, acusou António Costa de ter tido uma atitude canalha. «Não lhe estou a chamar canalha. É uma atitude canalha, porque não se diz isso de um fundador do partido sobretudo sem falar com a pessoa e perceber o contexto em que isto surgiu», afirmou.