Há cada vez mais jovens à procura da “imagem perfeita” nas redes sociais. Os filtros, os ângulos e as edições utilizadas pelos jovens estão a fragilizar a sua autoestima e tem havido um aumento da procura por cirurgias plásticas. O objetivo é conseguirem ficar parecidos às selfies. Este transtorno psicológico já tem um nome: Dismorfia do Snapchat.
Segundo um estudo da Academia Americana de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva Facial, 72% dos cirurgiões sentiram o aumento da procura por estes procedimentos em 2019, mais 15% do que em 2018.
Por cá, o estudo “Detoxify Beauty” questionou 510 raparigas portuguesas, dos 10 aos 17 anos.
"O grande objetivo do estudo foi perceber de que forma é que estas jovens estão a distorcer a sua imagem nas redes sociais e perceber qual é o impacto dos filtros das redes sociais na sua autoestima, no seu comportamento, na sua identidade e na sua vida quotidiana", disse a psicóloga Sofia Jardim da Silva, à agência Lusa.
Das jovens inquiridas, cerca de metade desejavam sentir-se mais autoconfiantes. Sete em cada 10 afirmam que gostavam de ter mais orgulho no seu corpo.
Também metade afirma que as redes sociais são um fator positivo nas suas vidas, 41% afirmam que não conseguem ser elas mesmas e 25% lamentam que na vida real não possam assemelhar-se à pessoa que mostram online.
A grande maioria (76%) das raparigas com 13 anos usa filtros ou recorrem a aplicações para mudar a sua aparência nas fotografias.
Cerca de dois terços tentam editar ou esconder pelo menos uma característica do seu corpo nas fotografias e 86% afirmam que publicam selfies para receberem comentários e likes.
Para Sofia Jardim da Silva, os resultados do estudo "não são positivos, mas não foram surpreendentes: vêm muito alinhados com aquilo que seria a nossa expectativa".