A Groundforce formalizou esta noite em Conselho de Administração a anulação dos contratos assinados com a TAP em março. “Há instantes a reunião do Conselho de Administração da Groundforce na qual, perante a opinião do Conselho Fiscal, dos auditores da Deloitte e de alguns juristas, se concluiu serem nulos os contratos de sale & leaseback e arrendamento, celebrados em 19 de março de 2021 entre a Groundforce e a TAP”, informa a empresa de handling em comunicado.
Recorde-se que o acordo entre as partes consistiu na compra pela TAP de material da Groundforce por 6,97 milhões de euros, que depois passou a subalugar à própria empresa de gestão de bagagens (por 461 mil euros/mês). O acordo a forma encontrada para que fosse injetado de imediato dinheiro na Groundforce, permitindo pagar os salários em atraso de fevereiro e os de março aos 2400 trabalhadores da empresa de handling (mais os impostos referentes a março).
Na nota, a Groundforce refere que “esses contratos eram desequilibrados e punham em causa a sobrevivência da Groundforce e os empregos dos seus 2400 trabalhadores”. “Por essa razão, foram anulados”, reforça.
A empresa presidida por Alfredo Casimiro pretende agora “iniciar negociações com a TAP até um período máximo de seis meses, de modo a encontrar uma solução com vista a refazer os contratos de forma justa e equilibrada para ambas as partes, permitindo a continuidade e o futuro da Groundforce”. “É intenção do acionista Pasogal manter e desenvolver uma relação saudável com a TAP, como aquela que existiu entre 2012 e 2019, acreditando estarem reunidas as condições para regressar à normalidade”, refere ainda o comunicado.
Casimiro garante ordenados e contratações Apesar das notícias que vieram a público nas últimas semanas, dando conta que Alfredo Casimiro estava em negociações com três empresas internacionais para se desfazer da parte que detém na Groundforce, o Nascer do SOL sabe que o acionista privado está agora mais confiante que “o pior já passou”, e acredita que pode ir à boleia da retoma gradual e progressiva prevista para os próximos meses no setor da aviação, para resistir à frente da empresa de gestão de bagagens do grupo TAP.
Alfredo Casimiro (que detém 50,1% da Groundforce através da Pasogal, enquanto os restantes 49,9% pertencem à TAP) garante ter assegurado o dinheiro para pagar os salários de maio aos trabalhadores (e também a verba para fazer face aos impostos referentes a esse mês). Mais: o empresário tem mesmo confidenciado junto de colaboradores mais próximos que, perante as mais recentes estimativas, está disponível para contratar já a partir de junho, de forma a corresponder ao aumento da atividade – devendo, para isso, recorrer a alguns dos quase mil trabalhadores que viram os seus contratos a termo terminar quando a crise estalou.