A TAP vai avançar com o pedido de insolvência da Groundforce. “Na presente data, a TAP irá requerer junto dos Juízos de Comércio de Lisboa do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa a declaração de insolvência da sociedade SPdH – Serviços Portugueses de Handling, S.A., também conhecida pela sua marca comercial Groundforce Portugal (a “SPdH”)”, revela em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A ideia de, acordo com a companhia aérea é “salvaguardar a viabilidade e a sustentabilidade” da Groundforce, “assegurando a sua atividade operacional nos aeroportos portugueses”.
No mesmo comunicado, a TAP identifica-se como “credora” da SPdH, o que lhe confere “legitimidade” para avançar com o pedido de insolvência da empresa. A justificar esta ação estão três fatores: o “agravamento da situação financeira da SPdH”; a “inexistência de soluções credíveis para a possibilidade de obtenção de financiamento por parte desta sociedade (em particular, na sequência da recusa de financiamento e de prestação de garantia por parte da Caixa Geral de Depósitos e do Banco Português de Fomento); e a “falta de condições que, na perspetiva da TAP, o acionista maioritário da SPdH, por si ou através dos membros que indicou para o órgão de administração da SPdH, tem para restabelecer a confiança dos seus credores”.
O i sabe que Alfredo Casimiro que detém 50,1% da Groundforce está a contestar a decisão, o que poderá pôr em causa o pagamento dos salários de cinco a seis meses, uma vez que, poderá representar uma verdadeira batalha jurídica. Fonte ligada ao processo explica que a companhia aérea ao avançar com o pedido de insolvência coloca em causa os ordenados e o posto de trabalho de 2400 trabalhadores e destrói a única empresa do seu grupo que dava lucro. Isto, numa altura, altura em que a empresa está a retomar a sua atividade.
Esta decisão da TAP surge depois de a Assembleia Geral de acionistas da Groundforce ter deliberado “por unanimidade, a destituição por justa causa e com efeitos imediatos do Paulo Leite, que foi até há pouco o CEO da empresa”, afirmou a Pasogal, acionista maioritária da empresa de handling.
A empresa de Alfredo Casimiro explicou que “esta deliberação fundamenta-se na prática de sucessivos atos de gestão que lesaram a empresa, bem como de notícias alimentadas pelo próprio e nunca desmentidas, que contribuíram para a deterioração do ambiente interno e da relação entre os seus acionistas”.
E referiu: “Ao CEO e à Comissão Executiva exigia-se o foco total na gestão do ‘dossier’ do empréstimo bancário no valor de 30 milhões de euros, com aval do Estado (através do Banco de Fomento), de que a empresa dependia para sobreviver”, acusando Paulo Leite de uma atuação “pautada por jogadas e intrigas políticas, por omissão de informação, por mentiras e por manobras pérfidas que tiveram como único objetivo a desestabilização da empresa, o prejuízo da imagem púbica e privada dos seus acionistas”.
Segundo a mesma nota, o alegado objetivo seria “operar o tão noticiado ‘MBO’ [management buy-out, quando os gestores compram a empresa], que só a ele interessava e que pretendia afastar de cena o acionista que o tinha nomeado”.