João Cotrim de Figueiredo e Francisco Rodrigues dos Santos ficaram responsáveis pelo encerramento das sessões da manhã e da tarde, respetivamente, da convenção do MEL. Cotrim apresentou à sala “quatros nós” que diz serem urgentes de desatar; já Rodrigues dos Santos atacou vorazmente o Governo e explicou que o CDS era único.
Cotrim de Figueiredo começou a sua intervenção dando os parabéns à organização: “Quem é objeto de tantas críticas está a fazer alguma coisa bem”, atirou. Prosseguiu, explicando ser necessário desatarem-se uma “série de nós” para se conseguir “mudança”. Usando esta imagem dos nós como mote de toda a sua intervenção, debruçou-se, primeiro, sobre o nó da “estagnação económica”, esclarecendo quais os seus desafios e apontando o dedo à gestão do dossiê da TAP.
Seguiu para o segundo nó: o do “desalento social”. Explicou que o “elevador social deixou de funcionar”, pondo as culpas no PS e apresentando exemplos que entende serem um abuso do poder socialista em Portugal. O terceiro nó apontado foi o da “cultura de desresponsabilização”, afirmando que ninguém é imputável em Portugal e sustentando a sua opinião com exemplos concretos (que incluíram Eduardo Cabrita).
O último nó foi aquele ao qual Cotrim dedicou mais tempo: “a inexistência de uma visão a longo prazo e de ambição para o país”. Desde geostratégia a alterações financeiras, Cotrim acusou o Governo de não estar preparado para os problemas vindouros. E, mais do que uma vez, lançou farpas afiadas ao PSD, dizendo que está a “fazer o jogo da esquerda”. Cotrim terminou a sua participação apresentando algumas soluções para se desatarem os ditos nós – “só quatro, de muitos”, concluiu.
Rodrigues dos Santos subiu ao palco sorridente, mostrando-se pouco surpreendido por o MEL ter causado burburinho à esquerda: “Se estamos a incomodar é porque estamos a fazer bem”, considerou. “Sem timidez” e “sem complexos” – assim apresentou a direita em que diz acreditar. Num discurso parecido com o de Cotrim, atirou que o PS se acha “dono disto tudo” e que “trata o país como se fosse a sua casa”.
Seguiu apresentando uma bandeira clássica do CDS: a da vida, “desde o nascimento, até à morte”. Mantendo-se pelos clássicos, evocou depois Amaro da Costa – fundador do CDS, falecido no acidente de Camarate – para falar da liberdade e criticar o “politicamente correto”, rematando não permitir que a “extrema-esquerda” lhe roube a dita “liberdade”. Trouxe ainda a questão do elevador social, afirmando que este tem de funcionar “no litoral, no interior e nas ilhas”.
Por fim, encerrou o seu discurso afirmando que “só é possível construir um Portugal forte com uma direita forte” e que “aqueles que procuram o CDS fora do CDS não o irão encontrar”.
Hoje ouvir-se-á André Ventura às 13 horas e Rui Rio às 20 horas.