A Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) vai organizar um protesto no dia 10 de junho, no Funchal, onde irão decorrer as cerimónias oficiais do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas deste ano.
Em comunicado, a ALBOA explica que o propósito é “sensibilizar as mais altas entidades oficiais”, principalmente o Presidente da República e o primeiro-ministro para a “situação das vítimas”, após a venda do banco pelo Estado ao Santander Totta.
Para a associação, o feriado nacional é também “simbolicamente, o momento exato para assinalar aqueles que foram vítimas da pátria, como é, neste caso, a situação desesperada dos lesados do Banif".
Já se passaram cinco anos e seis meses desde a venda do banco Banif em 2015, sublinhou a ALBOA, anos que ficaram marcados por “adiamentos, incertezas e promessas não cumpridas”.
De mencionar que a ALBOA entregou no dia 30 de abril ao representante da República para a Madeira uma carta para Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve na região nos dias 1 e 2 de maio, solicitando a sua intervenção no processo.
Mesmo sem divulgar o conteúdo da missiva, a associação disse, em comunicado, que os lesados se queixam do “mutismo e ausência de diálogo” de António Costa e pedem ao chefe de Estado que “envide todos os esforços possíveis” para que se viabilize uma solução.
De realçar que o Banif foi adquirido pelo Santander Totta por 150 milhões de euros, a propósito da resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, a partir da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.
Com esta resolução, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados e acionistas perderam 263 milhões de euros, tendo ainda a considerar 4 mil obrigacionistas Rentipar ('holding' que detinha a participação das filhas do fundador do Banif, Horácio Roque), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais mais de metade são oriundos da Madeira.
A Associação dos Lesados do Banif representa os ex-clientes não qualificados, que foram lesados num valor estimado em cerca de 180 milhões de euros.