Abriu oficialmente a temporada de apresentação dos programas autárquicos de Norte a Sul do país. Em Lisboa, Carlos Moedas, que concorrerá com a coligação Novos Tempos (PSD, CDS, A, MPT e PPM), deu a conhecer as suas propostas para o concelho, caso venha a ser eleito presidente da Câmara, e o antigo administrador da Fundação Calouste Gulbenkian não poupou nas promessas: são, no total, 12 ideias para o concelho presidido pelo socialista Fernando Medina desde 2015.
Moedas promete ser o ‘herói’ de Lisboa – não literalmente, mas a sua apresentação foi concluída ao som da música Heroes de David Bowie – e, das 12 propostas, a isenção de IMT para jovens que queiram comprar casa na capital é uma das mais marcantes. Todos aqueles que, com menos de 35 anos, comprem uma casa em Lisboa ficarão fiquem isentos de IMT. Um imposto que, segundo o mesmo faz questão de recordar, «pode chegar até aos 5 mil euros numa casa que custe 200 mil euros». É uma resposta contundente ao programa de rendas acessíveis de Fernando Medina, procurando facilitar aos jovens o processo de comprar uma casa na capital, onde o mercado imobiliário tem visto os preços subir nos últimos anos.
No panorama fiscal, Moedas propõe ainda uma devolução de 5% do IRS aos lisboetas, resultando em 32 milhões de euros que irão reverter para os munícipes, e a implementação de um seguro de saúde para os para os «mais carenciados acima de 65 anos».
Ainda a olhar para os jovens, Moedas promete que os transportes públicos da cidade serão gratuitos para todos os habitantes com menos de 23 anos. E, preparado para a pergunta mais óbvia – Como vai pagar por isso? –, o antigo Comissário Europeu tem a resposta na ponta da língua: «As contas estão feitas».
Os transportes gratuitos deverão também estar disponíveis para quem tem mais de 65 anos, e, ainda falando de mobilidade, Moedas propõe que uma «redução de 50% no estacionamento da EMEL para residentes em toda a cidade». Propostas ambiciosas de um candidato que diz que os «transportes públicos em Lisboa são muito maus», quase a serem «os piores», pelo que, uma das medidas que poderá alterar esta realidade seria uma linha «em laço» e não a proposta de linha circular de Medina, e que o metro da capital chegue até Alcântara e até Algés.
Unicórnios no Beato
Por entre as medidas apresentadas por Carlos Moedas diante de figuras como o fundador do PSD Francisco Pinto Balsemão, o antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes e a antiga presidente do CDS, Assunção Cristas, o candidato falou ainda nos seus sonhos mais fortes para a capital: que Lisboa seja «a capital de inovação da Europa», um objetivo que, para ser alcançado, será preciso «transformar o projeto falhado do Hub Beato numa verdadeira fábrica de unicórnios». Isto numa altura em que, recorda, Lisboa «não está na Liga dos Campeões das cidades» e «nem sequer está no top 50 das cidades de inovação e empreendedoras».
Capital Mayer
Moedas não deixou a Cultura de fora das suas propostas e tem um epicentro: o Parque Mayer, que deverá ser um «ponto de encontro da cultura, da ciência e das artes». Programas de música e teatro logo a partir do primeiro ciclo são a proposta de Moedas, que quer criar «um teatro em cada freguesia» – os denominados «espaços LX».