O Conselho de Ministros faz hoje a última avaliação da situação epidemiológica com as atuais regras. Para a próxima semana está marcada uma reunião do Infarmed, de onde deverá sair uma nova estratégia de desconfinamento. Até lá, anunciou na semana passada a ministra Mariana Vieira da Silva, não há alterações.
O Norte é a região onde os diagnósticos mais têm aumentado e onde esta semana haverá mais concelhos a recuar o desconfinamento. Na semana passada ficaram em alerta 30 concelhos que ainda se mantêm com horários de fecho às 00h ao fim de semana e que agora deverão passar a ter hora de encerramento às 22h30 e recolher obrigatório a partir das 23h, que já afeta 70% dos portugueses.
Quanto a alívios, são pouco prováveis na Área Metropolitana de Lisboa ou no Algarve, onde as restrições vigoram há mais tempo. Na região de Lisboa, apesar de o pico de casos parecer já ter sido atingido, a incidência cumulativa a 14 dias – um dos critérios usados pelo Governo – mantém-se acima da linha vermelha dos 240 casos por 100 mil habitantes, tendo atingido ontem os 512 casos por 100 mil habitantes. A situação mantém-se mais complexa no Algarve, agora também a dar sinais de abrandamento, mas com uma incidência cumulativa a 14 dias na casa dos 963 casos por 100 mil habitantes.
Peritos estudam atualização de patamares de risco
Como o Nascer do SOL noticiou no último fim de semana, os peritos que dão apoio ao Governo estão a estudar uma atualização dos patamares de decisão dos níveis de risco para uma nova etapa, que poderão subir como acontecia no ano passado, em que só acima dos 480 casos por 100 mil habitantes é que um concelho era considerado em risco muito elevado e, acima de 960 casos por 100 mil habitantes, em risco extremamente elevado. Mas mesmo que vigorassem agora estes valores como limite, concelhos como Albufeira e Loulé registavam na semana passada mais de mil casos por 100 mil habitantes a 14 dias. Portimão e Lagos estavam acima do patamar dos 900 casos por 100 mil habitantes. Sines, Faro e Lisboa na casa dos 800 casos por 100 mil habitantes a 14 dias, mais de três vezes acima da atual linha vermelha em vigor em matéria de incidência, os 240 casos por 100 mil habitantes.
Plano para vacinar jovens ao fim de semana
Parece óbvio que os mais jovens deverão ser vacinados entre agosto e setembro, mas ontem enquanto a ministra da Saúde dizia ser necessário esperar pelos pareceres da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 – pedindo duas semanas para a recomendação da DGS – o primeiro-ministro, no debate do Estado da Nação, foi mais conclusivo. Da parte da manhã, Marta Temido tinha afirmado: “Aquilo que a DGS nos transmitiu ser o entendimento da Comissão Técnica de Vacinação é que será desejável dispor de mais algum tempo e referiram-nos um prazo de duas semanas para perceber mais em detalhe quais são os calendários”.
António Costa à tarde levantou um pouco o véu e esclareceu: “Aguardamos uma decisão final da Direção-Geral de Saúde sobre a vacinação desta população. Mas tudo está preparado para nos fins de semana entre 14 de agosto e 19 de setembro serem administradas as duas doses de vacina às cerca de 570 mil crianças e jovens entre os 12 e os 17 anos”.