O opositor do regime de Vladimir Putin, Alexei Navalny, foi, esta quarta-feira, acusado de “atentado à identidade e aos direitos dos cidadãos”, crime passível de três anos de prisão. Recorde-se que o opositor russo foi detido em janeiro e condenado a dois anos e oito meses de prisão por ter violado os termos de uma pena a que fora sentenciado em 2014.
Segundo anunciou o Ministério Público da Rússia, o Comité de Investigação acusa Navalny de ter criado uma organização que viola os direitos dos cidadãos russos. Em causa está a criação do Fundo Anticorrupção (FBK), que na ótica das autoridades russas, "incita os cidadãos a cometer atos ilegais", em particular "convocando-os a participar em reuniões não autorizadas".
O opositor e os seus colaboradores "organizaram a divulgação nas páginas pessoais na Internet e nas do FBK […] de publicações a convocar cidadãos russos a participarem em encontros não autorizados em janeiro", revela o Comité de Investigação. "Navalny estava ciente de antemão da natureza ilegal" dos protestos, acrescentam.
Os “encontros não autorizados” surgiram após a detenção de Navalny, quando milhares de pessoas em várias cidades russas saíram à rua para protestar contra a sua prisão.
Sublinhe-se que opositor do regime de Vladimir Putin foi detido a 17 de janeiro e condenado a dois anos e oito meses de prisão cerca de duas semanas depois. Em causa está o facto de ter violado os termos de uma pena suspensa a que foi sentenciado em 2014.
O político estava a cumprir a pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada –, quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020. Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 45 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia.