“Cada dia que passa é pior”. Espanha diz que nem todos os afegãos vão conseguir sair de Cabul

A ministra da Defesa espanhola admitiu que algumas pessoas irão ficar pelo Afeganistão, porque em poucos dias da tropa norte-americana se retirarem de Cabul, há cada vez mais pessoas a aproximarem-se do aeroporto, uma situação que se está a tornar “extremamente complicada” em termos de segurança.

O Governo espanhol revelou que a situação no Afeganistão piora “de dia para dia” porque os talibãs “estão a tornar-se cada vez mais agressivos” e por isso nem todos vão conseguir sair de Cabul.

"Cada dia que passa é pior, porque eles sabem que o prazo está a acabar e as pessoas estão a acumular-se no aeroporto de Cabul. Há avalanches humanas e os talibãs estão também a tornar-se cada vez mais agressivos. Há tiroteios e uma situação de violência muito evidente", contou a ministra da Defesa, Margarita Robles, à rádio Cadena Ser.

A governante admitiu que algumas pessoas irão ficar pelo Afeganistão, porque a poucos dias da tropa norte-americana se retirar de Cabul, há cada vez mais pessoas a aproximarem-se do aeroporto, uma situação que se está a tornar “extremamente complicada” em termos de segurança.

Estas declarações corroboram os receios já manifestados, esta terça-feira, em Londres e Paris. O chefe do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros francês disse que França terá de terminar as suas operações de resgate em Cabul, na quinta-feira, caso os Estados Unidos venham a sair do Afeganistão em 31 de agosto.

Já o secretário da Defesa britânico, Ben Wallace, admitiu que será improvável que a operação continue para além do então dia oficial de retirada.

Em Cabul, segundo o embaixador britânico, Laurie Bristow, os talibãs têm estado a mostrar sinais claros de que “querem a operação terminada até ao final de mês”, citado pelo jornal The Guardian.

Robles afirmou, segundo a agência espanhola EFE, que Espanha continuará a retirar refugiados de Cabul durante o máximo de tempo possível, algo que depende das decisões dos líderes do G7.

Os dirigentes do G7 – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – vão reunir-se esta terça-feira à tarde para avaliarem a possibilidade de adiar a data de retiradas das tropas dos Estados Unidos e dos aliados, marcada para 31 de agosto.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, vão participar na cimeira extraordinária.