Nasci antes do 25 de Abril de 1974, tal como a maior parte dos atuais Governantes. Não fiz parte de qualquer grupo político ou de intervenção, mas sei que fomos governados por uma ditadura de Partido único durante 48 anos em que o Presidente do Conselho, punha e dispunha de toda a máquina do Estado a seu belo prazer.
Ser contra ou apenas discordar era meio caminho para o infortúnio. Por tudo isto os que discordavam de tal regime saíram para a clandestinidade e os militares fartos de ser humilhados e mobilizados para uma guerra injusta, revoltaram-se e assim se implantou a Democracia em Portugal.
Foi uma revolução bem-sucedida. Os militares entregaram o poder á sociedade civil e os partidos políticos organizaram-se. No dia 25 de Abril de 1976 os portugueses votaram pela primeira vez em eleições livres e democratas os seus representantes na Assembleia da República. Sendo os seus protagonistas principais, Mário Soares (PS) Sá Carneiro (PSD/PPD) Freitas do Amaral (CDS) e Álvaro Cunhal (PCP).
As eleições foram-se sucedendo, algumas com legislatura completa, outras interrompidas, mas sempre com o respeito pelos resultados. Quem ganhava com maioria absoluta ou maioria simples formava Governo e o maior partido da oposição no primeiro Orçamento abstinha-se. Foi assim até 2011 ou seja, durante 35 anos.
Em 2015 António Costa, líder do maior partido da oposição, resolveu acabar com esse entendimento entre os dois maiores partidos. Para António Costa, não importa quem ganha as eleições, mas sim quem consegue ter maioria na Assembleia da República. É estranho, mas é legitimo. A nossa Constituição assim o permite.
Com o Presidente do Conselho António de Oliveira Salazar, havia uma ditadura de Partido único. Portugal era ele e os seus amigos e mais ninguém. Com o primeiro-ministro António Costa, volta a haver uma ditadura de partido único, os seus amigos, familiares e mais ninguém. O seu poder é ilimitado. Nunca em democracia um primeiro-ministro em Portugal, teve tanto poder como António Costa. O continuo é do PS, o motorista é do PS, o Diretor Geral é do PS, os governantes são do PS, as maiores autarquias são do PS, etc.
Em democracia sempre se respeitaram os resultados das eleições. Tanto no PS como no PSD o diálogo era permanente. Com António Costa tudo foi alterado, o seu projeto pessoal não tem limites, a sua ambição é reduzir as outras forças políticas quase á inexistência.
Sem haver motivo que o justificasse cortou com o PSD qualquer diálogo, afirmando que o dia que precisasse desse partido o Governo caia. Com o BE e o PCP tem o mesmo procedimento, reduzi-los também á sua inexistência, porque nada lhes dá e tudo lhes tira, mas habilidosamente tem sempre o seu apoio. Onde estão as instituições que devem fiscalizar o Governo? Onde anda o Senhor Presidente da República? Por favor, despertem.
Todos os dias, nos órgãos de informação, nas conversas de café, nas universidades, nas instituições militares, nos partidos da oposição, nas pessoas mais simples ás mais eruditas e tantos outros que se sentem tristes e enganados com este Governo é muito fácil demonstrar a sua indignação nas sondagens ou em eleições.
Nenhum país é verdadeiramente desenvolvido, sem uma oposição forte e respeitada. É fundamental que todos aqueles que se sentem desiludidos com este Governo e com tal procedimento se unam na defesa dos valores democráticos independentemente do seu pensamento ideológico, apoiando o PSD, maior partido da oposição, e o seu líder.
É verdade que António Costa tem talento tem inteligência e esperteza, convive bem com os órgãos de informação, mas não convive bem com a verdade e não é corajoso. O seu maior trunfo na realidade é o desprezo para com a oposição.
Rui Rio, é inteligente, é honesto, é bem preparado, é competente, é corajoso. Para Rui Rio a verdade não é negociável. Tem todos os atributos para ser sem qualquer dúvida um grande governante, mas tem o azar de estar a desempenhar o lugar mais difícil e mais ingrato, ser líder do maior partido da oposição. Ao contrário de quem é Governo, nada pode prometer, porque nada pode dar e isso origina haver sempre uma forte oposição mesmo dentro do próprio partido.
Eu não me revejo no procedimento nem no projeto pessoal de poder absoluto do primeiro-ministro António Costa. Tal como eu, estou convicta que também a maior parte dos portugueses não se reveem nesse projeto. Temos alternativa? Sim. Apoiando o maior partido da oposição e o seu líder Rui Rio.