Realizou-se, este fim de semana, na Batalha, o ‘1.º Encontro de Mulheres Autarcas Social-Democratas’, onde marcaram presença nomes como Rui Rio, Manuela Ferreira Leite ou Francisco Pinto Balsemão.
O objetivo do evento era a “troca, partilha e debate de ideias entre as autarcas em exercício e as candidatas a autarcas” nas próximas eleições, que, realçava a organização, são “infelizmente, ainda poucas”.
Ao i, Lina Lopes, deputada do PSD, presidente da Academia de Formação Política para Mulheres Social-Democratas e dinamizadora do evento, admite que o encontro “superou” as suas expectativas. Lina Lopes, que admitiu ter estado nervosa “por ser a primeira vez que o realizava”, demonstrou-se “contente” com o resultado final: “os objetivos foram cumpridos para o partido e o espírito de união entre nós, mulheres, foi muito bom”.
A seu ver, o discurso de Rio – que se pontuou por duras críticas ao Governo e à jornada autárquica do PS – foi o “mote para toda a campanha”. É, aliás, a este momento que Lina Lopes atribui maior destaque: “Gostei muito do discurso do Presidente. Fez um discurso de fundo muito bom. Não foi para mulheres: foi para o país. Foi um grande discurso – cheio de força -, que surpreendeu muita gente”.
MANUELA FERREIRA LEITE JÁ É A FAVOR DAS QUOTAS Também Manuela Ferreira Leite interveio. A antiga líder do PSD – que, segundo Lina, “era inicialmente muito cética em relação às quotas” – considera “uma surpresa” este caminho que as mulheres social-democratas estão a fazer. E quanto às quotas, até já “mudou de posição”: “A Manuela Ferreira Leite já se rendeu a este objetivo, à medida que vê o movimento crescer e percebe o papel da formação”, diz Lina Lopes.
E as restantes mulheres? Essas, “sentiram que este foi mais um reforço para toda a campanha. Houve uma grande união. As mulheres deram os seus contributos para as autarquias e para o país. Consideraram que temos de ser mais na política e que esta tem de ser mais humanizada. Não podemos ser olhadas como uma minoria. Tivemos mulheres do norte a sul do país, até dos Açores. O próprio PSD olhou para as mulheres como uma força da natureza, sendo que demos a resposta de estarmos unidas em prol da união do partido”. E os homens? Esses, “consideraram o evento inovador” e algo “que temos de explorar ainda mais. No entender da deputada, “houve uma grande união entre homens e mulheres”.
“SÃO COISAS ENTRE HOMENS” E por falar em união, o que dizer sobre a ‘desunião’ que se vive dentro do partido, agora que Rangel será candidato ao PSD? Para Lina, “é uma perda de tempo”. Questionada se Rangel terá traído Rio, responde, musculando preconceitos de género: “são coisas entre homens. Devíamos estar todos unidos nas autárquicas. Para o PS isto é ótimo”.