Os trabalhadores do BCP e do Santander vão estar em greve no próximo dia 1 de outubro, contra os despedimentos nas duas instituições financeiras. A informação foi avançada num comunicado divulgado em conjunto pelos seis sindicatos.
Depois de uma reunião na quinta-feira com a administração do Santander Totta, em que as organizações dizem que o banco foi «irredutível» no despedimento de 210 pessoas, os sindicatos resolveram avançar com uma paralisação, que irá também abranger o BCP.
De acordo com as estruturas sindicais, esta paralisação conta ainda com a solidariedade do STEC — Sindicato dos Trabalhadores das empresas do grupo CGD.
Recorde-se que o Santander Totta pretende a saída de 685 trabalhadores. Fonte oficial do banco disse, no entanto, que já foi acordada a saída com mais de 400 trabalhadores (reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo). Havia 230 funcionários com os quais não tinha chegado a acordo, pelo que poderão ser abrangidos por despedimento, mas o número não é definitivo pois o processo não está fechado.
Já o BCP anunciou na semana passada que vai fazer um despedimento coletivo de 62 trabalhadores, segundo uma mensagem do presidente executivo aos funcionários do banco, a que a Nascer do SOL teve acesso. No entanto, em relação a outras saídas, o banco chegou a acordo com cerca 700 trabalhadores para saírem por rescisão por mútuo acordo, reforma antecipada e pré-reforma.
É certo que este processo está longe de ser pacifico. Os sindicatos têm acusado os bancos de repressão laboral e de chantagem para com os trabalhadores, considerando que os estão a forçar a aceitar sair por rescisões (sem acesso a subsídio de desemprego) ou por reformas antecipadas, lembrando que, enquanto estão a fazer esta pressão, as instituições financeira têm apresentando elevados lucros. O BCP registou lucros de 12,3 milhões no primeiro semestre (menos 84% do que no mesmo período de 2020) e o Santander Totta 81,4 milhões de euros (menos 52,9%).