Odivelas. Pina lidera carga contra PS

Marco Pina é o cabeça de lista da ‘mega coligação’ à direita, que enfrenta Hugo Martins, o socialista candidato ao 3.º mandato.

Odivelas é um dos principais palcos autárquicos do país, principalmente à esquerda. O concelho é governado pelo PS desde 2001, com a CDU e o PSD à espreita. Nas últimas eleições, no entanto, os comunistas perderam força, ficando mais de 30 pontos percentuais atrás do PS, o que lhes custou um vereador na autarquia. 

Em 2021, na outra ponta do espetro, um estilo de “Aliança Democrática” moderna pretende acabar com o controlo do PS no concelho. Marco Pina, antigo árbitro profissional de futebol, vereador do PSD nesta autarquia e comentador desportivo na CMTV, é o cabeça de lista da coligação que junta PSD, CDS/PP, Aliança, MPT, PDR, PPM e RIR. Pina é mais uma das apostas “televisivas” do PSD nos concelhos vizinhos a Lisboa, juntando-se à advogada Suzana Garcia, na Amadora e a Ricardo Baptista Leite, também ele comentador na CMTV, que é candidato à autarquia de Sintra. Marco Pina, aliás, surge rodeado de várias caras conhecidas no vídeo promocional da sua campanha, entre elas as de Paulo Futre e José Calado, bem como da taróloga Maya, e dos companheiros de partido Carlos Carreiras, Ricardo Baptista Leite e Carlos Moedas, candidatos às autarquias de Cascais, Sintra e Lisboa, respetivamente.

À liderança da candidatura socialista a Odivelas está, por sua vez, Hugo Martins, atual presidente dessa autarquia. Eleito vice-presidente em 2013, o autarca acabou por assumir o comando em 2015, quando Susana Amador deixou o lugar, e, em 2017 seguiu-se a reeleição. Agora é novamente a cara dos socialistas na corrida eleitoral, num ano em que a CDU procurará recuperar o vereador perdido em 2017. 

Neste ano, os comunistas têm como cabeça de lista o vereador Fernando Painho Ferreira, que se bate contra a construção da linha circular do Metro de Lisboa, e pela reposição das freguesias do concelho que foram extintas.

Mudanças? Odivelas é um concelho relativamente recente, fundado durante a viragem do milénio, após a separação do concelho de Loures, e desde as eleições autárquicas de 2001 que é governado por socialistas. Um pé no sapato dos comunistas, que têm em Loures um dos seus principais bastiões, e que não foram ainda capazes de dominar em Odivelas, onde a última vez que estiveram perto do PS foi em 2005, quando menos de 2 mil votos deram a vitória aos socialistas sobre a CDU. Desde então, no entanto, os comunistas não se têm conseguido aproximar da vitória neste concelho.

Para falar de lutas renhidas, é mais interessante olhar para o “segundo lugar” destas eleições autárquicas, onde a CDU e o PSD têm feito um estilo de “dança das cadeiras”, nas últimas quatro edições.

 

PROPOSTAS

Aposta na educação
O atual autarca de Odivelas e recandidato Hugo Martins propõe o alargamento da rede pública e solidária (IPSS) de creches e jardins de infância, criando 300 novas vagas. Hugo Martins quer também investir 25 milhões de euros na construção de novas escolas no concelho, bem na requalificação do parque escolar municipal.

Recolha mais eficiente
Marco Pina, líder da mega coligação que junta PSD e CDS-PP a outros cinco partidos quer aumentar os meios humanos para a recolha do lixo, bem como implementar um sistema de recolha seletiva. Marco Pina quer aumentar o número de carrinhas de recolha de lixo e criar um sistema de recolha de monos eficiente.

Mais desporto
A candidatura autárquica do Chega a Odivelas quer apostar no desporto, propondo a requalificação dos recintos desportivos do concelho, bem como a criação de um gabinete médico desportivo municipal e a aposta no Pavilhão Multiusos para competições nacionais e internacionais. 

Liberais contra o trânsito
Filipe de Sousa Martins é o candidato da Iniciativa Liberal a Odivelas, e entre as suas diferentes propostas, aponta o dedo ao trânsito e às dificuldades de mobilidade no concelho. Soluções? A criação de uma rede de ciclovias que ligue diversos pontos da cidade, a criação de novas linhas de transporte público, e melhorias nas infraestruturas dos mesmos.