Rio diz que Governo procura “influenciar o voto” com “notícia positiva” sobre a pandemia antes das autárquicas

Para o líder do PSD, o Executivo deveria ter anunciado alívio de medidas há mais tempo ou então deveria esperar para fazê-lo depois das eleições autárquicas.

Rui Rio comentou, esta quarta-feira, o facto de o Governo se estar a preparar para anunciar um alívio das restrições impostas devido à covid-19 e defendeu que o Executivo socialista “se esforçou” por dar uma notícia positiva em cima das autárquicas, que se realizam no domingo.

“Obviamente que o Governo se esforçou por, em cima das eleições, dar uma notícia positiva aos portugueses, dizendo que acabou a pandemia, e com isto influenciar ou procurar influenciar o voto das pessoas”, disse o presidente do PSD aos jornalistas, à margem de uma ação de campanha para a Câmara de Vila Franca de Xira, na Póvoa de Santa Iria.

Sublinhe-se que o primeiro-ministro deverá anunciar amanhã, depois do Conselho de Ministros, um alívio de restrições. Contudo, estas medidas só deverão entrar em vigor a 1 de outubro. Fonte do executivo justificou a decisão com as autárquicas. “Há condições sanitárias para avançarmos com confiança para a nova fase prevista desde julho no plano do Governo, mas não queremos qualquer acusação de eleitoralismo”, disse a fonte em declarações à agência Lusa. Antes, em Valongo, António Costa já tinha dito que “estamos em vias de um momento de viragem”. 

Para o líder do PSD o Governo “tem consciência” que dizer que as medidas só entrarão em vigor a 1 de outubro, “quase que surte o mesmo efeito eleitoral que queriam que surtisse”. Rio defende que o anúncio deveria ser feito só “depois das eleições” ou já deveria ter sido feito “lá muito atrás”.

“Ou então, até podia ser feito amanhã, e tinham aceitado o que o PSD propôs e foi chumbado, empurrando as eleições trinta dias para a frente”, defendeu, referindo que a campanha podia ter sido feita “sem máscaras e mais frente a frente com os eleitores”.

Contudo, Rio defende que como o PS é o partido com mais câmaras “também lhes dá um bocado de jeito que a campanha não seja fácil de fazer”.

“Já não sei se é o gato escondido com o rabo de fora, se é o rabo escondido com o gato de fora, mas percebe-se o que se pretende”, rematou.

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